Fiocruz prevê piora na pandemia da Covid-19 e diz que controle exigiria 70% de vacinados

27 de May / 2021 às 09h00 | Variadas

O novo Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz alerta para o recrudescimento da pandemia nas próximas semanas.

O estudo estima que, sem a vacinação de pelo menos 70% da população, o Brasil não controlará a pandemia. A análise mostra que houve um aumento das taxas de incidência de casos novos da covid-19, entre 16 e 22 de maio.

“Mantidas as tendências dos atuais indicadores, o estudo sinaliza uma nova elevação do número médio de óbitos para um patamar em torno de 2.200 por dia”, indicou.

Também agravam o cenário os índices de positividade dos testes para diagnóstico realizados, que permanecem em altos patamares, demonstrando a circulação intensa do vírus Sars-CoV-2. Essas novas infecções podem resultar em casos graves da covid-19, afirmam os pesquisadores responsáveis pelo Boletim da Fiocruz.

A pesquisa também pontua o “rejuvenescimento da pandemia” que, com a circulação de novas variantes do vírus no país, aumenta as consequências da doença entre grupos mais jovens. O estudo conclui que a maior exposição desta faixa etária está associada a condições precárias de trabalho e transporte, além da retomada de atividades econômicas e de lazer, que vêm sendo efetivadas em diversos estados e municípios, com a flexibilização das restrições vigentes em março.

“Esse contexto vai gerar novas pressões sobre todo o sistema de saúde. O aumento no número de internações, demonstrado pelo novo aumento das taxas de ocupação dos leitos de UTI é resultado desse novo quadro da pandemia no Brasil”, ressaltam os pesquisadores.

Eles ressaltam que é primordial a intensificação de ações de vigilância em saúde, o reforço de estratégias de testagem de casos suspeitos e de seus contatos (incluindo a vigilância genômica), além do controle de voos internacionais e a manutenção de restrições de eventos de massa e atividades que promovam aglomerações. O boletim também destaca a necessidade de medidas de preparação do sistema de saúde, desde a sincronização com a atenção primária em saúde, até a organização da média e alta complexidade, incluindo a oferta de leitos clínicos e UTIs para covid-19, além de garantia da oferta de insumos.

Correio Braziliense

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