MDR lança capacitação para operadores do Programa Água Doce e plataforma de tecnologias e serviços para o Semiárido

24 de Mar / 2021 às 15h04 | Variadas

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) está apoiando iniciativas que vão auxiliar no desenvolvimento de tecnologias e soluções para estimular o desenvolvimento regional e garantir o acesso à água para milhares de moradores do Semiárido brasileiro.

Nesta terça-feira (23), foi lançada a Plataforma Sabiá, que congrega soluções tecnológicas voltadas à região, e anunciada a criação de um curso profissionalizante para capacitar operadores do Programa Água Doce (PAD), que visa fornecer água de qualidade para cerca de 1,2 mil comunidades rurais na Região Nordeste.

As ações foram divulgadas durante painel no segundo dia de atividades da Semana das Águas Brasileiras, organizada pelo MDR. Os debates seguem até a quarta-feira (24), com transmissão ao vivo neste link.

Por meio de uma parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), está sendo estruturado um curso profissionalizante para capacitar 90 agentes de operação, gestão e manutenção de sistemas de dessalinização do Programa Água Doce.

“A chave para o sistema de gestão do Água Doce é o operador. Daí a nossa preocupação com a capacitação dos operadores das comunidades”, destacou o coordenador de Dessalinização de Águas da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH) do MDR, Alexandre Saia.

A ação é um projeto-piloto e será dividida em cinco eixos: estrutura e gestão dos sistemas de dessalinização do PAD; dessalinizador; dessalinização; mobilização social; e sustentabilidade ambiental. A capacitação será aberta para todos os mais de 2,6 mil operadores já capacitados pelo programa do MDR e para aqueles membros das comunidades que desejem ingressar nessa atividade.

“É uma formação bem generalista, mas com uma linguagem que consiga formar essas pessoas de diferentes graus de formação”, afirmou José Nilton Silva, professor de Engenharia Química da UFCG.

O Programa Água Doce é uma política permanente do Governo Federal de acesso ao abastecimento de água para consumo humano por meio do aproveitamento sustentável das águas subterrâneas no Semiárido. Para isso, são implantados sistemas de dessalinização – 70% dos poços da região têm altos índices de salinidade. Além disso, moradores das comunidades rurais são capacitados e ficam responsáveis pela gestão das unidades.

Até o momento, são 891 sistemas de dessalinização em funcionamento, fornecendo água potável para comunidades rurais nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Os sistemas de dessalinização implantados têm capacidade instalada para produzir cerca de 3,5 milhões de litros de água potável por dia e beneficiar 214 mil pessoas diretamente.

Estímulo ao desenvolvimento regional

Já a Plataforma Sabiá foi construída por meio de uma parceria entre o MDR e a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa). Ela foi desenvolvida no âmbito do Programa Rotas da Integração Nacional e consiste em uma plataforma digital que reúne serviços e soluções tecnológicas voltadas ao atendimento das necessidades das cadeias produtivas do Semiárido. O objetivo é integrar os agentes produtivos a pesquisadores, produtores, investidores, instituições, bancos e o Governo Federal.

“São de extrema importância plataformas de tecnologias que congreguem e associem novas práticas, que sejam passíveis de otimização dentro do Governo Federal como um todo. Pude observar que a Plataforma Sabiá vai agregar diversas formas de desenvolvimento tecnológico e, também, dentro do Semiárido, propostas que estimulem o desenvolvimento regional”, destacou o secretário nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, Tiago Pontes.

Para a reitora da Ufersa, Ludimilla Oliveira, a ferramenta tem capacidade de transformar a realidade da região. “O Semiárido é tão simples que fica complexo. Ele é dotado de riqueza e características ímpares e, acima de tudo, é um ecossistema que dá experiência e lições de vida. A Plataforma Sabiá é fruto desse cenário repleto de oportunidades e dos pesquisadores que temos na nossa instituição. Ela congrega essas oportunidades e traz soluções para o Semiárido e o Nordeste”, observou.

As Rotas de Integração Nacional atuam com redes interligadas de arranjos produtivos locais (APLs) para promover inovação, diferenciação, competitividade e lucratividade de empreendimentos associados. Isso ocorre a partir da coordenação de ações coletivas e iniciativas de agências de fomento. As Rotas seguem as diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e são parte das estratégias do MDR para a inclusão produtiva e o desenvolvimento de regiões.

Ao todo, são dez tipos de Rotas em atuação: do Açaí; da Biodiversidade; do Cacau; do Cordeiro; da Economia Circular; da Fruticultura; do Leite; do Mel; do Peixe; e da Tecnologia da Informação e Comunicação. Os trabalhos ocorrem efetivamente em 800 municípios nas cinco regiões do País.

Habitação

O secretário nacional de Habitação do MDR, Alfredo Eduardo dos Santos, mediou um painel sobre o uso racional da água em edificações habitacionais. O painel abordou como a disseminação de novas tecnologias em materiais e sistemas construtivos, além de práticas de gestão, podem induzir o uso racional e eficiente de recursos hídricos, especialmente em famílias de baixa renda.

“Fechamos um ciclo de informações que mostra à sociedade brasileira todo o esforço que vem sendo realizado na produção e disponibilização de produtos mais eficientes para reduzirmos perdas e melhorarmos a qualidade de vida da população”, afirmou Santos.

O seminário nesta terça-feira também contou com dois painéis que discutiram o papel da inovação para a superação de desafios no setor de saneamento básico. Foram apresentados projetos-piloto que utilizam novas tecnologias para a melhor utilização de recursos hídricos em atividades produtivas.

Ascom MDR

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