Especialistas defendem ação mais rígida em defesa do isolamento social para evitar o colapso no setor da saúde

12 de Mar / 2021 às 21h30 | Variadas

Considerada a medida mais rígida de distanciamento social, o lockdown tem se tornado a última cartada dos governantes para frear os números dramáticos da covid-19.  

O Governo da Bahia, em parceria com os municípios, tem feito todos os esforços para manter e ampliar o atendimento hospitalar a pacientes com quadros respiratórios graves, como consequência da Covid-19.

Leitos clínicos e leitos de UTI, assim como um novo modelo de atendimento, denominado Unidade de Assistência Respiratória, estão sendo montados em unidades hospitalares por todo o estado. Em parceria com os municípios, novos leitos de UTI também estão sendo abertos.

Todos esses esforços estão permitindo que a população continue a ser atendida nos pronto-atendimentos e nos hospitais, ainda que o tempo de espera tenha aumentado significativamente ao longo da última semana.

O percentual de ocupação dos leitos para Juazeiro na rede PEBA (hospitais de Pernambuco e Bahia) é de 92%, com 13 leitos disponíveis. Somente em Juazeiro, 93% dos leitos para pacientes com covid-19 estão ocupados. A rede municipal tem 2 leitos disponíveis.

O médico epidemiologista Márcio Bittencourt aponta que a diminuição do contato físico evita a propagação do novo coronavírus. “O vírus passa de pessoa a pessoa. Quanto mais tempo elas circularem, mais próximas uma das outras, maior a chance de entrar em contato com alguém infectado. O objetivo (do lockdown) é espaçar as pessoas e diminuir o tempo de contato, principalmente em ambiente fechado”, afirma.

De acordo com o epidemiologista especialista em imunização José Cássio de Moraes, medidas restritivas severas são adotadas em vários países. “A prioridade é reduzir o colapso hospitalar — que é o que está acontecendo agora. Essa é uma experiência recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aliada ao uso de máscaras e álcool em gel”, diz. “O vírus é transmitido de pessoa a pessoa. Se elas não se encontram, vamos criar uma barreira”, destaca.

Na avaliação da médica epidemiologista Ethel Maciel, essa é a única alternativa para frear os números alarmantes. “O infectado vai transmitindo para mais e mais pessoas, crescendo exponencialmente. Essa (a restrição ampliada) é a única forma agora. O que podemos fazer para impedir a circulação do vírus é evitar a circulação de pessoas”, ressalta.

O médico infectologista, Washington Luís, que atua no Vale do São Francisco, deu entrevista essa semana para o Jornal do Sertão e através das redes sociais ele avalia que "caso não sejam adotadas medidas mais rígidas para frear a contaminação e reforçar a capacidade de atendimento na rede de saúde, um cenário caótico pode se instalar na região". 

“Os números atuais no Vale do São Francisco da covid-19 desenham um cenário caótico nas próximas semanas. As medidas que mais podem diminuir os impactos na saúde pública são a diminuição na taxa de transmissão e a ampliação da rede de atendimento médico-hospitalar. No meu entendimento, isso deveria acontecer a partir da adoção de medidas rígidas de isolamento social, como o fechamento das atividades não essenciais por pelo menos duas a três semanas, acompanhado de um grande equipamento de segurança pública para garantir o cumprimento de tais medidas e da ampliação de leitos de UTI da rede interestadual”, analisou o médico.

O Governo da Bahia, através da Sesab, reitera que a situação da saúde pública do país, como é da ciência de todos, é muito grave. Entretanto, as ações implementadas na Bahia para o enfrentamento desta segunda onda estão surtindo efeito e deverão permitir ao estado atravessar esse difícil e delicado momento, com a colaboração de todos.

Redação redeGN

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