Nordeste pode ter segunda onda de Covid-19 nos próximos meses, alerta comitê

24 de Oct / 2020 às 07h30 | Coronavírus

A flexibilização das medidas de isolamento social e as eleições municipais marcadas para novembro podem precipitar uma segunda onda de covid-19 na região Nordeste nos próximos meses.

O alerta foi divulgado pelo Comitê Científico do Nordeste, segundo o qual o fenômeno que já preocupa países da Europa como França, Espanha, Itália e Reino Unido pode ter uma influência no recrudescimento da pandemia na Bahia e estados vizinhos em função do fluxo de turistas europeus que costumam vir para nossas praias nas festas de fim de ano. 

“Há um risco real de que nos próximos meses tenhamos um fluxo de portadores do Sar-cov-2, até de cepas diferentes das que aqui prevalecem”, alerta Miguel Nicolelis, neurocientista e um dos coordenadores do comitê.

Por essa razão, o Comitê Científico, no Boletim 12 recomenda a implantação, em todos os aeroportos, de estandes sanitários com equipes de saúde munidas de folhetos informativos, equipamentos de aferição de temperatura e kits de testagem rápida de passageiros provenientes do exterior.

Além disso, orienta a adoção de quarentena de 14 dias para os turistas que não apresentarem atestados que comprovem a ausência de infecção pelo Sars-cov-2.

“Já passamos por essa situação de ver os acontecimentos primeiro na Europa e depois se reproduzindo aqui. Temos uma oportunidade, desta vez, de não deixar isso se repetir”, reforça Nicolelis.

O Boletim 12 mostra através de previsões matemáticas e dados das secretarias de Saúde que a pandemia atingiu seu pico em todos os estados do Nordeste.

“Isso fez com que, em vários locais, as medidas de isolamento social fossem diminuídas além do necessário, resultando em alta probabilidade de uma possível segunda onda”, constata Sergio Rezende, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e, também, coordenador do comitê.

Rezende frisa a “premência de se adotarem as medidas sugeridas pelo Comitê porque uma nova onda de Covid-19, obviamente, poderá trazer sérias consequências econômicas, sanitárias e sociais, complicando ainda mais o cenário delicado que já vimos enfrentando neste ano”.

Folha Pernambuco

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