Vacinação: direito à saúde e compromisso com a vida

13 de Oct / 2020 às 23h00 | Espaço do Leitor

O mundo tem acompanhado com atenção e esperança as pesquisas para produção da vacina contra a Covid-19. Segundo a Organização Mundial de Saúde, são cerca de 200 trabalhos em desenvolvimento. A expectativa é que, em 2021, já tenhamos um imunizante eficaz contra o novo coronavírus incluso no Programa Nacional de Imunização, criado há 47 anos e que consolidou o país como o que possui o maior esquema público de imunização do mundo.

Apesar dos olhos estarem voltados para esse achado científico contra a Covid-19, todos os anos, nossas crianças e jovens têm contato com diversos tipos de vírus e agentes infecciosos. Para além do novo coronavírus, há outras doenças, até mais graves para o público infantil, com as quais já convivemos e, para muitas delas, já temos vacinas disponibilizadas nos postos de saúde. Ao todo, são 24 vacinas disponíveis de rotina e gratuitamente para os brasileiros. É necessário que façamos uso desse bem para evitar que outras epidemias possam trazer prejuízo à saúde dos pernambucanos.

Apesar de termos um grandioso programa de imunização, nos últimos anos, estamos assistindo, em todo o Brasil, uma queda progressiva na procura pelos imunizantes. Um dos fatores que leva a isso, ironicamente, é a percepção equivocada que algumas doenças não existem mais. Contudo, os índices baixos de algumas enfermidades só são possíveis justamente por existir uma vacina. Prova disso é o sarampo, que passou anos sem casos autóctones em Pernambuco, mas foi reintroduzido em 2018, após surtos em outros países e Estados. Se a população estivesse imunizada, essas ocorrências poderiam ser evitadas. Lembrando que, atualmente, as doses contra essa doença estão disponíveis para a população de 1 a 59 anos. Além disso, até o final de outubro, segue campanha nacional para imunizar todos entre 20 a 49 anos.

Para a população menor de 15 anos, o Brasil também está mobilizado, até 30 de outubro, na Campanha de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação. Além das doses contra o sarampo, que também age contra caxumba e rubéola, há vacinas que protegem contra outros patógenos, como hepatites, tétano, varicela, HPV, febre amarela, meningite, difteria, entre outras. A indicação é que os pais e responsáveis levem os jovens pernambucanos aos postos de saúde para que um profissional possa analisar a caderneta e, se necessário, aplicar as doses em falta.

Já para meninos e meninas entre 1 ano e menores de 5, além da atualização do calendário básico, a campanha indica a vacinação indiscriminada contra a poliomielite, doença fora de circulação do Brasil há três décadas, o que ratifica a importância da imunização. Por isso, reforço mais uma vez: a vacinação é uma das mais importantes aliadas da saúde e temos de levar nossas crianças e adolescentes às salas de vacina para atualizar o esquema vacinal e, assim, efetivamente, protegê-las. É indispensável o engajamento de toda a sociedade para garantir esse direito à saúde e solidificar esse pacto coletivo que é um compromisso com o futuro de nossas crianças e com a vida de todos.

André Longo-Secretário de Saúde de Pernambuco

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