Em entrevista à UBC, Bebel Gilberto fala do novo trabalho e diz que os pais, já falecidos, lhe visitam todas as noites

13 de Sep / 2020 às 07h00 | Variadas

A cantora Bebel Gilberto, filha do Juazeirense João Gilberto, em entrevista concedida na Página da União Brasileira de Compositores, falou do seu novo trabalho, “Agora”, que está sendo lançado pela gravadora Belga, Pias, falou também sobre sua relação com os pais e as polêmicas relacionadas à vida e a morte do pais.

Bebel, que morava nos EUA voltou ao Brasil em 2018, acompanhou de perto a morte de João e Miucha, ela em dezembro de 2018 e ele em julho de 2019. “Fala assim, e já dá vontade de chorar (enxuga as lágrimas). É, não era para ser tão rápido, mas a gente não pode controlar essas coisas”, disse.

Bebel falou sobre a repercussão negativa provocada pelas brigas em família com João ainda vivo: “Tinha muita exposição na imprensa, que eu não estava entendendo que iria ter, com uma matéria de uma revista que foi horrível. O meu pai leu, viu e ficou arrasado. Acho que era desnecessário com ele, comigo, com qualquer artista. Isso não tem por quê. Não era bacana o que ele estava passando, uma história extremamente triste. Ele se meteu com as pessoas erradas e, sem sair de casa, conseguiu armar a maior confusão do mundo. E, para completar, o meu irmão pirou, porque achou que eu estava fazendo tudo errado, sem nem saber o que era direito, sem nunca nem ter cuidado de ninguém e saber como é que se faz”, relatou.

Para Bebel o maior problema enfrentado por João Gilberto foi o acordo realizado com o banco Opportunity, com cessão de direitos de suas três primeiras obras e uma briga judicial com a Emi-Odeon: “A barra começou a pesar em 2013, quando ele fez aquela loucura. Mas 2015 foi quando eu abracei a causa. Levei ele para o Copacabana Palace. Estava com outro advogado, uma confusão, foi fogo”, falou. 

Bebel Gilberto relatou ainda que sente a presença de João e Miucha todas as noites no apartamento onde mora: “É, eles vêm me visitar toda noite, aqui nesse canto da direita (aponta). E aí Ella (a cachorra) começa a latir, do nada. Outro dia, eu estava um pouco mais tranquila: “É o vovô, é a vovó! É tanta gente que morreu, minha filha, que eu já nem sei mais, deixa os fantasmas em paz.” E aí eu comecei a rir de mim mesma, por estar falando aquelas loucuras, porque eu falo com ela o tempo todo. Eu acho que eles estão por aqui, sim. Porque eu acredito nessas coisas e acho que, bom, minha mãe, seria a cara dela vir me assombrar, porque ela sempre foi bruxa, me chamava de bruxona, bruxinha, sempre gostou dos ocultos, sempre gostou de procurar disco voador no céu. E o meu pai, eu recebi um aviso mesmo de um profissional, e o que ele dizia era muito parecido (com coisas que ele diria): “Vem para cá, onde é que você está? Vem para cá, vamos tocar violão. Porque finalmente agora a gente pode ficar junto.” Eram umas coisas… Então eu acho que estão por aí. Espero que estejam. Não tenho medo. Eu sempre senti isso: quando o Suba morreu, quando o Paulinho, meu primeiro namorado, também, Cazuza… Depois eu fui acostumando. Mas pai e mãe, né? Estão aí, nos porta-retratos. Eu acho que eles vêm me visitar, sim”, finalizou.

Da redação redeGN/ Com informações da UBC

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