Pesquisa aponta que Juazeiro já atingiu pico de casos da Covid-19 e em Petrolina deve acontecer no dia 21 de agosto

12 de Aug / 2020 às 14h30 | Coronavírus

Uma pesquisa realizada pelo Colegiado de Economia da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE) em Petrolina, no Sertão pernambucano, mostrou que a previsão do pico de casos do novo Coronavírus na cidade está se aproximando, dia 21 de agosto. Esse resultado é com base nos estudos matemáticos que consideram a evolução dos números desde o início da pandemia na região.

A previsão de quantidade de casos é semanal, entre a segunda e o domingo seguinte. A estimativa é que até o dia 16 de agosto, Petrolina chegue aos 3.800 casos da Covid-19. Os dados mais recentes apontam que o município tem, atualmente, 3.514 casos confirmados e 63 óbitos.

“A gente já consegue perceber que Juazeiro(BA) já chegou à curva. O engraçado que apesar das duas cidades serem juntas, mas elas não chegam juntas no pico de casos. Juazeiro chegou um pouco antes, no dia 8 de agosto. Petrolina ainda vai levar, pelos nossos modelos, uma semana para chegar nesse bendito pico de casos”, disse o coordenador da Pesquisa, o professor João Ricardo de Lima.

O professor explica que o pico está relacionado à velocidade de crescimento dos novos casos.

"Chegar ao pico significa que a velocidade com que a quantidade de novos casos estava crescendo, diminuiu. Ela agora está constante e a gente espera que a velocidade de novos casos comece a cair".

A pesquisa começou dia 25 de março. O grupo estava acompanhando os números de casos no mundo até chegar aos dados do município. “A gente sabia que uma hora a pandemia iria chegar ao Vale do São Francisco. A gente começou estudando isso no mundo, no Brasil. Depois a gente colocou os dados do Nordeste e Pernambuco. Finalmente os do Vale do São Francisco”, explicou o coordenador da pesquisa.

No último dia 10 de Julho foi anunciado pelo prefeito Miguel Coelho um retorno á quarentena mais rígida a partir do dia 13 do mesmo mês. Com isso, houve a volta do fechamento do comércio não-essencial, orla, parque municipal, por exemplo. Segundo o professor João Ricardo, não foi percebida eficácia na análise realizada pelo grupo. A análise foi feita a partir da quantidade de casos diários, a quantidade de testes e o índice de isolamento social.

“Quando houve a volta da quarentena mais rígida, este índice só passou para 42%. Ele antes era, com o comércio aberto, era 39%, com o comércio fechado ele passou para 42%. Agora ele caiu um pouco mais e na terça-feira (11) chegou a 38%. Se você olha o gráfico não vê uma mudança muito grande. Apenas três pontos percentuais, quatro pontos percentuais".

"Só para ter uma ideia, a literatura mostra que para segurar o avanço no número de casos, o índice deveria estar entre 60% a 70%. Quando você consegue só 42% ficou muito longe desses índices”, afirmou o professor João Ricardo de Lima.

O coordenador da pesquisa ressalta que o isolamento social continua sendo importante. “A gente não está dizendo que o isolamento deixou de ser importante para achatar a curva. A gente está dizendo que o isolamento social que se conseguiu em Petrolina ficou muito baixo, ficou insuficiente para diminuir a velocidade que os casos estavam crescendo. Se tivesse passado dos 39 para os 60 ou 55%, possivelmente tivesse tido efeito”, explicou.

Uma expectativa de muitos donos de bares e restaurantes é a reabertura desses estabelecimentos na cidade. Em Juazeiro, na Bahia, os bares reabriram na última segunda-feira (10). Em Petrolina, ainda não foi autorizado pelo decreto estadual. Segundo o professor João Ricardo de Lima, seria preciso aguardar.

“A gente sabe que essa pandemia tem um efeito econômico e social muito forte. A gente quer minimizar essa crise na economia e no social. Mas, a gente acha que tem que esperar um pouquinho mais para essa reabertura porque os setores de bares e restaurante não são iguais aos setores de roupas e calçados. Você não fica em um bar por apenas 15 minutos e vai precisar tirar a máscara. É um setor mais delicado, fica mais tempo e muita gente sem máscara. Muito mais tempo exposto total. O máximo que está tendo ali é o distanciamento entre as mesas”, declarou João Ricardo. O temor é que o pico seja prolongado e que os números voltem a subir e não caiam, como previsto.

Segundo o professor coordenador da pesquisa, a média móvel calculada em Petrolina até a terça-feira (11), quando foram divulgados os últimos dados, é de 64 novos casos diários de pessoas com o novo Coronavírus. A média móvel calculada nesta pesquisa é comparada nos últimos 7 dias. “Há sete dias, a média móvel em Petrolina era de 66 novos casos. Então passou de 66 para 64. Ou seja, ela está estável”, disse o professor. A média móvel de óbitos na cidade está em 0,86 novos óbitos. Há sete dias, a média era 0,71, de acordo com a pesquisa.

G1 Foto Divulgação

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