Covid-19: 'Abertura traz risco de aumento no número de casos', diz ACM Neto sobre retomada do comércio

20 de Jul / 2020 às 14h43 | Coronavírus

O prefeito ACM Neto falou mais uma vez, nesta segunda-feira (20), sobre a primeira fase de reabertura do comércio em Salvador, depois que as taxas de 75% de ocupação dos leitos de UTI, fator determinante para retomada das atividades, foram alcançadas no domingo (19).

"Ontem nós começamos o dia com 77%. Depois que houve a atualização, pela entrada de 16 leitos da Fonte Nova, caiu para 75%. Foi um esforço feito juntamente pela prefeitura e governo do estado, para oferecermos cada vez mais leitos na capital. A partir de ontem [domingo, 19] começamos a contagem e vai ser preciso que a gente tenha pelo menos cinco dias com a taxa de 75% ou menos para darmos início à fase de reabertura do comércio", disse ACM Neto.

O prefeito disse, mais uma vez, que os estabelecimentos comerciais previstos na primeira fase da ativação foram analisados de forma técnica.

"Não é o prefeito ou o governador que decidem, discricionariamente, por um ato da vontade pessoal a abertura de shopping na primeira fase, e bares e restaurante na segunda. Eu não tenho nenhum prazer em manter as atividades suspensas. Nós levamos em consideração a opinião cientifica e a orientação técnica. Se a gente abrisse tudo ao mesmo tempo, haveria um estouro no numero de casos da Covid e a abertura já traz, por si só, o risco de aumento no número de casos", ponderou o prefeito.

Com a contagem dos cinco dias para que o percentual se mantenha, antes da iniciação da reabertura do comércio, o prefeito pediu a colaboração da comunidade, para que as atividades sejam retomadas.

"Nossa expectativa é que a gente possa, se tudo der certo e mantida a atual demanda, a partir de sexta feira (24) autorizar de fato o início da primeira fase e a retomada das atividades encerradas no princípio da pandemia. Cada um tem que fazer a sua parte, porque essa retomada exige postura responsável de cada um de nós, para que seja feita com segurança, para que não signifique alívio a curto prazo e problema a longo prazo", avaliou ACM Neto.

"Todo mundo tem que se empenhar, não tem jeito. Do momento em que sair de casa, com máscara, tomar o transporte publico sem aglomerações e higienizar as mãos sempre. E claro, respeitar as regras e protocolos estabelecidos pela prefeitura".

O prefeito falou também sobre a interdição de uma grande rede de material de construções na Avenida Paralela, no domingo (19). O local tinha aglomeração e descumpria regras de utilização de apenas 50% do estacionamento.

"É por isso que eu peço que todo cidadão seja também um fiscal e nos ajude. Essa interdição foi consequência de denúncias que eu próprio recebi e pedi ao secretário que mobilizasse uma equipe para ir à loja. Chegando lá, constatamos que todas as regras que impedem a aglomeração não estavam sendo cumpridas, então interditamos a loja. Toda a equipe da prefeitura estará mobilizada para assegurar o cumprimento dos decretos", disse o prefeito.

Durante a coletiva, o prefeito reforçou ainda a questão do adiamento das festas em Salvador. ACM Neto falou novamente sobre a não realização do Festival Virada, que marca o ano novo na capital baiana, e o carnaval no mês de fevereiro, caso não haja vacina para a Covid-19.

“Todo o nosso calendário de eventos está bastante comprometido. Não tivemos Festival da Cidade em março, não tivemos São João, não vai acontecer o Festival da Primavera. Não estão acontecendo centenas de eventos que tem o apoio do poder público. Estamos acompanhando o nosso limite para tomar decisão sobre réveillon e carnaval, que é novembro", pontuou o prefeito.

Ele também reforçou que há expectativa para a realização do carnaval no início de julho. Segundo o prefeito, a situação está sendo conversada com os prefeitos do Rio de Janeiro e São Paulo.

"Se depender de mim será uma decisão nacional, capitaneada por grandes cidades brasileiras, que definam o ajuste do calendário do carnaval para julho. Pode ser que a decisão seja antecipada de novembro, em função do diálogo que estou travando com prefeitos de São Paulo e Rio.O limite de decisão dessas cidades é antes de Salvador, por causa do desfile das escolas de samba.Estou conversando com empresários, produtores culturais e trabalhadores do setor e há o sentimento crescente de antecipação da decisão, para que haja planejamento e organização. Os epidemiologistas e infectologistas com quem converso têm todos os indicativos de que até fevereiro não teremos vacina acessível a todos. Sem vacina não haverá Festival da Virada e Carnaval, não em fevereiro".

G1 Bahia

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