Em Live com Zó, médica juazeirense defende médicos formados no exterior

13 de Jun / 2020 às 09h00 | Variadas

Em Live no seu Instagram, nesta sexta (12/06), o deputado estadual Zó (PCdoB) conversou com Dra. Rosita Emanuella sobre os médicos formados no exterior. Formada na Bolívia e filha de Juazeiro, ela é médica em Saúde da Família e atuou no PSF de Juazeiro por três anos, pelo programa Mais Médicos.

Zó lembrou que são 15 mil médicos brasileiros graduados no exterior e com dificuldade de revalidação dos seus diplomas, justamente no momento em que o Brasil precisa de mais médicos para salvar a vida de milhões de brasileiros que sofrem com a pandemia de coronavírus.

"O Consórcio Nordeste [formado pelos nove governadores nordestino] avançou criando a Brigada e outros estados já contrataram muitos profissionais formados no exterior. O governo federal precisa entender a importância de acelerar a revalidação dos diplomas dos nossos formados", defendeu. 

DIFICULDADES DE ATUAR

Rosita Emanuella destacou o papel de Zó e outros deputados que estão ao lados desses profissionais na luta pela revalidação dos diplomas. "É ruim estarmos privados de exercer a nossa profissão. Pela legislação, os diplomas de graduação no exterior serão convalidados pelo Revalida [exame nacional para revalidar os diplomas], respeitando acordos e normas internacionais", explica.

A médica esclareceu que as universidades públicas, através do MEC, tem autonomia para a revalidação, e não o Conselho Federal de Medicina (CFM), que tem criado dificuldades para os formados fora do Brasil. "A UFMT, por exemplo, tem o seu próprio método de revalidação de diplomas, mas paga até R$ 100 mil para revalidar", pondera, dizendo que está trabalhando no Paraná, na Secretaria de Saúde.

CONSÓRCIO NORDESTE E CFM

Zó pediu que Rosita falasse do avanço feito pelo Consórcio Nordeste. "O Consórcio criou a Brigada Especial de Saúde, para reforçar as equipes de saúde no combate ao novo coronavírus. Seu objetivo é multiplicar o número de profissionais em campo, contratando por seis meses estudantes, médicos formados no exterior e voluntários para atuarem na prevenção e assistência à população", disse.

Ela falou da atuação dos contratados e do problema criado pelo CFM. "Os profissionais atuarão na atenção básica, na prevenção e contenção da doença nos primeiros sintomas, para evitar o colapso do sistema de saúde nos estados e municípios. Acontece que o CFM tem criado problemas, inclusive tendo publicado nota contra os governadores e essa boa iniciativa, além de questionar a nossa formação acadêmica", criticou.

A médica também lembrou dos governos que contratam profissionais que já trabalharam no Mais Médicos, mas são impedidos de atuarem por liminares da Justiça.

MUITAS VAGAS, POUCOS MÉDICOS 

Na conversa, dra. Rosita destacou que o governo abriu vários editais, com muitas chamadas, mas grande parte dos médicos formados no Brasil não se apresentou. "Eles não querem ir para áreas distantes, em especial cidades do interior e zonas rurais. Na quinta chamada, por exemplo, foram 1.800 vagas, mas apenas 150 ocupadas", pontuou.

A profissional falou do orgulho de vestir a camisa da medicina para atender a população. "Ficamos acordadas de madrugada para ver os editais e nos inscrevermos. Ai, vem mais dificuldade, com os valores cobrados para o Revalida chegando a R$ 3 mil, e nem todo mundo pode pagar", destacou.

No final, o deputado Zó reforçou o seu compromisso de ajudar ainda mais essa luta. "Vi o empenho e a dedicação dos médicos cubanos e dos brasileiros formados no exterior. Os governadores do nordeste estão de parabéns pelas iniciativas e nossa população não pode pagar por essa incompreensão do governo federal e do CFM", enfatizou.

Ascom Deputado Zó

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