ARTIGO – Um Presidente “Fake News”? (II)

22 de Mar / 2020 às 23h00 | Espaço do Leitor

O momento conturbado e preocupante a que o Brasil e o Mundo estão submetidos, face à grave tragédia advinda com o “Novo Coronavírus”, recomendaria o foco num tema mais ameno.

Optei, porém, em atender o pedido incisivo de um dedicado leitor para que repetisse o presente título, editado em 28/10/2018, data em que se realizou o 2º. Turno da última Eleição Presidencial, feitas pequenas atualizações. Eis o texto:

Como a matéria de uma crônica é elaborada com a necessária antecedência, de forma a estar habilitada para a edição no horário habitual, aos domingos, o tema não contemplou a esperada notícia quanto ao novo Presidente da República do Brasil, que no horário da publicação já se achava definido em favor de um dos concorrentes.

Não se tem conhecimento na história passada ou recente, que o Brasil tenha convivido com a experiência de uma eleição presidencial com as inusitadas características da ocorrida no ano de 2018! Ela foi repleta de acontecimentos e variáveis de todo tipo que a tornaram diferenciada na sua plenitude. Obviamente que depende da visão crítica de cada um, mas, acredito que em alguns detalhes bastante enfáticos haverá coerência de entendimento entre o autor e seus leitores.

Uma das alterações mais marcantes e que surpreendeu em particular aos mais antigos, foi o desaparecimento da prática dos tradicionais comícios realizados nas principais praças das maiores cidades, em cujos palanques se acotovelavam os políticos mais representativos de cada Estado a buscar espaço ao lado do candidato a Presidente da República. Os eleitores abandonavam qualquer outro compromisso e se arrumavam adequadamente para aquele dia especial. Não havia agressões ou correrias. Era um dia repleto de paixão e lirismo, em que dava gosto se observar uma certa vocação nacionalista ou até mesmo espírito de patriotismo. Recordar é bom, mas isso é um passado que não volta mais... 

Evidentemente que os tempos mudaram, as táticas e estratégias ganharam um novo perfil, o progresso tecnológico e os grandes recursos da internet passaram a representar uma relevância impressionante nos novos rumos. Temos de tirar o chapéu para as REDES SOCIAIS pela força provada e comprovada como eficiente instrumento da moderna comunicação, principalmente nas eleições de 2018. Os candidatos tiveram de se ajustar aos novos tempos e suas equipes de organização de campanha desenvolveram eficientes ações no uso dos aplicativos. 

A criatividade e o humor na divulgação sobre os candidatos andaram em paralelo com as inverdades chocantes, cujo impacto eventualmente causou estragos em ambos os concorrentes, uma vez que, nesse campo da ilegalidade, todos utilizam a mesma prática criminosa e não há santo nem inocente. Convivemos hoje com o “Fake News” ou a notícia falsa. É o jogo sujo e de difícil controle, e que enoja ouvir os protestos e denúncias judiciais de um candidato contra o outro, quando se sabe que nesse campo está predominando no comportamento de ambos a maldade e a falsidade, como tática de uma guerra covarde. Nesse particular, eles sabem mais do que nós, que a covardia é a maior senão a mais potente de suas armas, e nesse rol todos estão incluídos, como se diz popularmente: “sem tirar nem pôr”.

Esses novos tempos ocuparam o espaço do antigo debate político, e a discussão em torno de projetos renovadores deixou de existir. Assistimos de forma abundante nos dois candidatos abruptas mudanças de pensamentos e posições antes conhecidas, o que demonstrou inconsistência dos seus programas. Em algumas medidas prometidas o que se viu foi a presença do populismo exacerbado. Some-se a isso a facilidade da FARSA, onde ateus mostraram fotos em Missa, e outro fazendo um vídeo com um cenário totalmente planejado para passar a ideia de uma pessoa simples ou simplória. Qual nada, todos eles são iguaizinhos tentando nos enganar, porque essa é a praia deles.

Não foi possível desprezar, contudo, que houve a forte presença e disseminação de  notícias pelo Whatzapp sem a marca da veracidade, ou seja, foi um processo eleitoral viciado por abundantes “Fakes”, o que plantou na consciência do eleitor uma preocupação inquietante: estaríamos diante de “UM PRESIDENTE FAKE NEWS”, também? A verdade um dia prevalecerá! 

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do Banco do Brasil – Salvador – BA.

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