Vereadores da oposição acusam que pais enfrentam filas e não conseguem vagas na educação infantil de Petrolina

09 de Jan / 2020 às 19h00 | Variadas

Pelo terceiro ano consecutivo pais madrugam em filas das creches de Petrolina na tentativa de garantir vagas na Educação de Primeira Infância. E na incerteza, em função de anos anteriores que as vagas não foram ofertadas, pais e responsáveis buscam apoio da imprensa local para mostrar a realidade de um Governo que não prioriza a Educação do município.

Dados mostram que o fechamento das unidades do Nova Semente em Petrolina marcaram o retrocesso no setor e trazem consequências irreparáveis. Ano letivo inicia sem a abertura de vagas suficientes para atender a demanda local, crianças ficam desassistidas e pais com dificuldades para voltar a rotina de trabalho porque perderam o direito à Educação dos seus filhos.

Em diversos veículos de comunicação, munícipes têm denunciado que enfrentam filas e varam às madrugadas em creches e CMEI's da cidade. Um dos pais que participou ao vivo do Programa Edenevaldo Alves, da Petrolina FM, relatou que as filas são quilométricas no CMEI Dr. Cardoso de Sá e que ficam de plantão até 24 horas superando o relento da madrugada e o sol causticante.

Filas também foram registradas no Bairro João de Deus. Moradores, segundo o presidente da Associação, Carlos Enfermeiro, enfrentam filas enormes para conseguir vagas para os filhos. O comunitário contou, durante participação no Programa Nossa Voz da Grande Rio FM, que os pais e responsáveis reversam serões e o mesmo problema acontece há três anos em Petrolina. "O Governo Novo Tempo fechou duas Novas Sementes no João de Deus, unidades que além de atenderem o bairro, atendiam crianças do Nova Vida I, Nova Vida II, Condomínio Bela Vista, Jardim São Paulo, e três ocupações". Ainda segundo Carlos, o CMEI está ofertando apenas sete vagas este ano. "É um absurdo", critica a liderança comunitária.

Com as dificuldades enfrentadas, muitos pais são obrigados a buscar vagas em outras unidades, fora do bairro de origem, o que dificulta a mobilidade e a logística dos responsáveis que precisam cumprir horário nos seus trabalhos, acrescenta Carlos. Moradores, que dependem do ensino público, usam as redes sociais e os programas radiofônicos da cidade para fazerem apelo a secretária de Educação do município, Margarete Zaponi, para visitar os Bairros de Petrolina. "A gente não morde não. Essa situação precisa ser resolvida, os pais não podem dormir em filas com a incerteza de ter seus filhos matriculados e o Governo Novo Tempo fez foi fechar unidades do Nova Semente na nossa cidade", alerta ouvinte no Nossa Voz.

Munícipes de Petrolina também chamam a atenção do prefeito Miguel Coelho. "Petrolina não precisa apenas de asfalto e pinche, mas de Educação, Saúde, Esporte e Lazer, a situação de hoje é precária e desumana", mais um relato no programa de rádio.

O apelo popular é para a reabertura das unidades do Programa Nova Semente, implantados pela gestão do ex-prefeito Julio Lossio e fechadas pela atual gestão municipal. Petrolinenses, inclusive, rebatem as declarações da secretária quando diz "é cultura do povo estar em filas". Um dos participantes do Programa Nossa Voz questiona. "Quem vai se arriscar em filas no relento porque quer?".

Mesmo programa que contou com a participação de Jhully Kessia Salustiano da Silva. Ela contou que tentou a matricula dos filhos na unidade do Nova Semente Passo Firme, no Bairro Vila Débora, mas o esforço foi em vão. "Houve promessa de vaga, mas não consegui garantir, há meses tento e só disponibilizaram quatro vagas, eu era a sétima da fila e não consegui vaga para meus filhos. Desde o ano passado tento e não consigo".

Em 2015, o Programa Nova Semente virou lei em Petrolina, criado pelo então prefeito Julio Lossio, como alternativa para assegurar o atendimento à primeira infância. Mesmo prometendo manter o Programa no período eleitoral, o prefeito Miguel Coelho descumpriu com a promessa de campanha e assim que tomou posse do cargo de prefeito eleito, em 2017, fechou cerca de 70 unidades. Modificou o conceito de um Programa que dava certo no município, e hoje enfrenta os problemas com a falta de vagas. Crise na Educação do município, relatada por populares de três anos para cá.

O Programa encerrou 2016 com 180 unidades do Programa Nova Semente, atendendo mais de 10,2 mil crianças na creche e pré-escola. Contando com 3.050 funcionários no total, com execução de R$ 54 milhões do orçamento municipal de 2016.

Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura de Petrolina não informou quantas unidades atualmente tem no município e justificou que "para o ano letivo de 2020 estão sendo ofertadas mais de 2.600 vagas para as unidades da Educação Infantil, que abrange o Programa Nova Semente, os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e turmas de pré-escola da sede e interior do município". Em texto divulgado, à época, pela própria assessoria da prefeitura, a informação é de que em 2017, o ano letivo iniciou com 91 unidades do Programa Nova Semente em Petrolina.

Ascom Mônia Ramos/ Jornalista

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