Carnaval: Polícia Rodoviária Federal põe dez mil agentes com bafômetros nas estradas

02 de Mar / 2019 às 19h00 | Variadas

A Polícia Rodoviária Federal colocou dez mil homens com bafômetros nas rodovias brasileiras para tentar impedir que motoristas dirijam bêbados. Este é o primeiro carnaval desde que a Lei Seca passou a prever punições mais severas.

O motorista parado pela polícia já era conhecido dos agentes. Um mês antes ele já tinha sido preso bêbado e, de novo, estava dirigindo sob efeito de álcool.

Não importa o mês do ano. De janeiro a dezembro, a polícia sempre flagra motoristas alcoolizados dirigindo pelas rodovias do país. Acontece que, no carnaval, a preocupação aumenta ainda mais porque tem muita gente exagera na bebida e, mesmo assim, decide pegar a estrada.

Em todo o ano de 2018, mais de 35 mil condutores foram impedidos de seguir viagem porque tinham bebido. Deste total, 1.610 foram flagrados nos quatro dias de folia.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) espera que, desta vez, os números diminuam. É que este será o primeiro carnaval depois de a lei ficar mais severa para quem bebe, dirige e acaba ferindo ou matando no trânsito. A punição vai de cinco a oito anos de cadeia. Até o carnaval passado, era de um a quatro anos de detenção.

“Infelizmente é assim: as pessoas passam a respeitar o bolso ou a cadeia. Elas tinham que entender que era a consciência e a responsabilidade de cada um que podem modificar esse quadro”, disse Newton Moraes, chefe comunicação da PRF.

A punição mais dura também impede que o delegado determine fiança para o motorista bêbado que ferir ou matar no trânsito.

“As pessoas vão ter que entender que agora, com essa mudança, se ele lesionar ou matar sob efeito de álcool, ele vai ficar preso. Só o juiz pode dar essa fiança a ele e outras penas maiores podem ocorrer também arbitradas pelo juiz”, explicou Horácio Mello, presidente do Fórum Nacional dos Conselhos de Trânsito.

Mas em Anápolis, Goiás, o motorista da caminhonete em alta velocidade invadiu a calcada e matou o funcionário de uma farmácia. O teste do bafômetro apontou a embriaguez. Mesmo assim, o delegado soltou o empresário que pagou R$ 2 mil de fiança. “R$ 2 mil então vale uma vida? Eu estou destruída. Eu não consigo nem falar”, disse a viúva Josiana Moreira.

A corregedoria da Polícia Civil de Goiás abriu sindicância para apurar por que o delegado soltou o motorista bêbado. Outro delegado, que assumiu o caso, pediu a prisão do infrator, mas a Justiça ainda não analisou o pedido.

Jornal Nacional

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