Feminicídio é um crime diferenciado, entra em quatro paredes, o agressor está em todos os locais, comenta Gleide Angelo

18 de Jan / 2019 às 19h00 | Policial

Eleita pela primeira vez deputada estadual, a delegada Gleide Ângelo teve 412.636 votos, nas eleições de 2018, tornando-se a mulher mais votada de toda história de Pernambuco. Ela sabe da responsabilidade de representar seus eleitores e espera atender a contento todos os desafios. "Estou preparada para cobrança", disse Gleide. Um dos principais temas que a deputada deve se debruçar é a questão do feminicídio.

"O feminicídio é um crime diferenciado. Ele entra em quatro paredes, é um crime silencioso, é um crme que muitas vezes as pessoas não tem conhecimento. O agressor de mulher não é como traficante, que a polícia identifica e vai lá e prende. O agressor de mulher, ele está na Avenida Boa Viagem e ele está na favela, ele está em todos os locais", avisou.

Ela criticou o decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que flexibilixou a posse de armas, garantido a possibilidade de cidadãos com mais de 25 anos possuirem até 4 armas em casa. "O que soluciona o problema de violência é ter uma segurança pública que dê proteção ao cidadão. É estruturar as polícias, com policiais bem capacitados e quantidade grande de policiamento. A gente vê policias mortos reagindo ao assalto com arma na mão. O que me preocupa é o cidadão de bem. Ele está preparado para reagir?", indagou a deputada.

Gleide chamou à reflexão sobre os riscos do decreto agravar o número de homicídios. "Em dia de jogo de futebol, o que será as pessoas armadas na rua? A gente vê que os crimes de intolerância aumentaram muito. Pessoas que matam por intolerância não têm condições de estar armadas", comentou. 

Folha Pernambuco

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