Chico César faz homenagem a Moa do Katendê, capoeirista morto após dizer que era contra Bolsonaro

13 de Oct / 2018 às 14h00 | Variadas

O cantor e compositor paraibano Chico César usou as redes sociais para fazer uma homenagem ao mestre de capoeira Moa do Katendê, de 63 anos. O mestre foi morto em Salvador, na segunda-feira (8), depois de dizer a um eleitor que era contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL).

Em vídeo, Chico César cantou versos que escreveu em homenagem a Moa do Katendê: “Quando morre um capoeira / Morto assim à traição / Fica íngreme a ladeira / E mais pesado o caixão / Mesmo que a gente não queira / Trinca o dente e o coração / Moa nem de brincadeira / Vamos te esquecer irmão”.

Romualdo Rosário da Costa, o Moa, foi esfaqueado nas costas em um bar da localidade do Dique Pequeno, que fica no Engenho Velho de Brotas, quando a vítima se mostrou contrária à posição política do suspeito, que se aproximou do grupo em que ele estava para dizer que era eleitor de Bolsonaro.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia, o suspeito, Paulo Sérgio Ferreira de Santana, reagiu com violência após o mestre de capoeira afirmar que o grupo com o qual estava votava no PT, foi em casa, pegou uma faca e depois esfaqueou o capoeirista pelas costas. Paulo foi preso em seguida. Ele teve a prisão preventiva decretada, confessou o crime, mas disse que reagiu após ser ofendido.

O compositor, dançarino capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador na propagação da cultura afro-brasileira completaria 64 anos no dia 29 de outubro.

Chico César também prestou condolências à família de Moa e também usou outra postagem para homenagear o capoeirista com uma foto dele.

“Minhas homenagens a todo o povo da capoeira e à família do Mestre Moa do Katendê, assassinado pela covarde intolerância fascista em Salvador da Bahia”, escreveu.

Outros artistas, como os músicos baianos Gilberto Gil, Caetano Veloso e Daniela Mercury, também postaram mensagens em homenagem ao capoeirista. "Moa era meu amigo e foi uma das figuras centrais na história do crescimento dos blocos afro de Salvador. Estou de luto por ele. Fundador do Badauê, compositor, mestre de capoeira, Moa vive na história real da cidade e deste país", escreveu Caetano.

G1 Paraíba

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