Especial: Ararinhas-Azuis estão a um passo de voltar ao sertão baiano

30 de Jun / 2018 às 08h00 | Variadas


A Ararinha-Azul, ave considerada como uma das mais raras do mundo, vai voltar ao seu habitat natural, no sertão baiano, mais precisamente a áreas de caatinga, em Juazeiro e Curaçá. A ave, descoberta a cerca de 200 anos, foi considerada extinta em 2000 quando a última espécie, que vinha sendo monitorada, desapareceu misteriosamente para nunca mais ser vista.

Organizações internacionais, com bases na Europa, em países como Bélgica e Alemanha, a partir de umas poucas aves criadas em cativeiro, conseguiram reproduzir a espécie, que em breves dias estarão voltando a habitar o sertão baiano. O Ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, que por coincidência foi um dos ambientalistas que defendiam a espécie quando ainda era vista no sertão, está na Alemanha formalizando as parcerias e logísticas que permitirão devolver as Ararinhas-Azuis ao seu habitat natural.

Após passar por Bélgica e Noruega, onde assinou acordos que também garantem parcerias para a Amazônia, o Ministro chegou a Alemanha, local onde teve o primeiro contato com cerca de 30 das 50 espécies que deverão vir em breves dias para o Brasil. “É um momento único, emocionante, ver essas aves, bem cuidadas e prontas para voltarem ao Brasil. São aves de pouco mais de um ano, que são mostradas pela primeira vez e que em breve habitarão o sertão da Bahia”, relatou o Ministro.

Um projeto de reintegração, que envolve as pessoas e comunidades de Juazeiro e Curaçá, incluindo a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, começará a ser implantado na região, com o objetivo de estimular atividades que gerem emprego e renda para a comunidade por meio de projetos de conservação e pesquisa, como o Museu da Ararinha, o Centro Temático da Caatinga, o Projeto Piloto de Recuperação da Várzea do Rio Curaçá e o Viveiro de Mudas da Ararinha-azul. 

O RVS da Ararinha Azul terá 29,2 mil hectares e a APA, 90,6 mil hectares e vão compor um mosaico de UCs para conciliar a conservação de remanescentes de caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro, com o Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul na Natureza, que prevê a soltura dos primeiros exemplares nos próximos dois anos.

“A criação das unidades é marcante. É uma luta e um sonho de muitos anos que conseguimos realizar, dando um importante passo para a consolidação do Sistema de Unidades de Conservação no Brasil”, disse o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte.

Da redação Blog Geraldo José

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