ARTIGO - ONDE IREMOS PARAR?

13 de Jun / 2018 às 23h00 | Espaço do Leitor

No dia a dia não temos muito a comemorar sobre o meio ambiente, e no dia do meio ambiente parece que menos ainda, tornou-se uma data como outra qualquer, sem nenhuma deferência das organizações de defesa do meio ambiente sobre a situação caótica que estamos vivenciando com a destruição da natureza. 

Aqui na região temos um “prefeito” que é o Senhor dos Agrotóxicos, suas empresas são campeãs de vendas, como pensar ou imaginar que esse agente público vai se preocupar com o meio ambiente, se a sua principal atividade empresarial é vender veneno. 

Uma empresa que até recentemente realizava pulverização aérea na sua plantação. Que num tempo não muito distante, metade da sua plantação (cerca de 40.000 hectares) era irrigada com o sistema de encharcamento do solo. Que utiliza no século XXI a queima da cana como prática de colheita. Que destrói o principal Bioma brasileiro com a monocultura. Que não respeita os pequenos agricultores que resistem a tentação de vender as suas propriedades. 

O rio São Francisco agonizando, muitas cidades ainda não construíram o Plano de Saneamento Básico, e muitas construíram letras mortas. Juazeiro não trata como deveria os dejetos, são vários pontos criminosos de lançamentos de dejetos in natura no leito do rio. 

A natureza é um todo interligado, tudo que acontece no Amazonas, por exemplo, sentimos os reflexos aqui também. A exploração descontrolada de águas subterrâneas nas bacias hidrográficas, por meio da abertura de poços tubulares (poços artesianos). Uma política sorrateira e criminosa muito comum em nossa região. Não tem o que se discutir, não se pode conceber a essa altura da civilização pessoas morrendo ou padecendo por falta de água, mas nada pode ser feito in-dis-cri-mi-na-da-men-te, porque os reflexos serão sentidos por todos. 

No distrito de Juremal, agricultores extasiados com os poços artesianos resolveram ganhar muito dinheiro com agricultura, plantaram diversos hectares. Resultado água dos poços secou e a terra está infértil por conta do sal. 

O avanço indiscriminado dos loteamentos residências nas margens do velho Chico como sinônimo de desenvolvimento. Instituições e agentes públicos que sucumbem a tentação de conceder alvarás e licenciamentos ambientais em troca de lotes e ou de dinheiro. 

Recentemente a prefeitura de Juazeiro destruiu parte da mata na margem urbana do velho Chico para construir uma pista de cooper. Interessante que não se ouviu uma voz dissonante dessa barbárie. 

Tem que haver o desenvolvimento em todos os níveis, isso é imponderável. Não sou o contra o desenvolvimento ou contra as empresas, tão pouco contra o uso de agrotóxicos. Mas tudo tem que haver equilíbrio, é necessário o bom senso. 

Às vezes fico imaginando que esses senhores dos venenos e os defensores do desenvolvimento insustentável, devem ter como plano diante da iminente destruição do planeta terra, entrarem num capsula que os levarão a um outro planeta. 

Ênio Costa, cidadão juazeirense.

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