Em sete meses, Petrobras já alterou 144 vezes o preço da gasolina

Desde julho do ano passado, quando adotou uma nova política de preços para os combustíveis, a Petrobras já promoveu 144 ajustes, 24 apenas neste ano Tantos movimentos resultaram numa alta acumulada de 15% em 2017. O dado revelou o descompasso dos preços praticados pelos postos de Juazeiro e Petrolina, cuja alta é de quase 30%.

Por conta disso, o governo admite que os sucessivos reajustes na gasolina podem pressionar a inflação de 2018. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que o aumento no valor dos combustíveis é “sempre um problema”. “Para o cidadão comum, pesam mais, porque ele olha o preço de cada coisa, enquanto o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é uma média de centenas de itens. Ainda vamos ver como é que vai ficar a inflação ao longo do ano”, disse.

Para combater irregularidades como o descompasso nos reajustes promovidos pela Petrobras nas refinarias e os preços praticados, o diretor do Cbie recomenda que o consumidor tenha uma atuação mais ativa. “Como a Petrobras segurava preço, o consumidor se acomodou. Agora, precisa incentivar a concorrência. São mais de 35 mil postos no país e 300 distribuidoras. Ao perceber a possibilidade de um cartel, o consumidor tem que denunciar”, alertou.

Com preços tão parecidos nos postos, quando surgem promoções agressivas há certa desconfiança e chegou a surgir um boato de que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) havia autorizado a venda de gasolina “formulada”, um produto que seria mais barato e poderia ser danoso para os motores dos carros. A ANP negou o fato e explicou: “Toda gasolina produzida no Brasil e no resto do mundo é formulada. A formulação é parte do processo de produção da gasolina pelas refinarias, centrais petroquímicas e pelos formuladores”, esclareceu.

De acordo com a agência reguladora, a produção de gasolina se caracteriza pela mistura de frações de hidrocarbonetos (correntes) obtidas por diferentes processos do refino. Essa mistura pode ser feita pela própria refinaria ou por outro agente econômico autorizado que adquira essas frações.

ANP