Reminiscências... Há 25 anos!

Em pé: Cebola, Charles, Edésio Santos, Amarildo, Neto, Baé, Silva, Julito, Lira, Bertinho, Valdeci, Mazinho, Capitão Du, Dr. Carlos Augusto e Geraldo José.

Agachados: Xanxa, Taladinho, Brasília, Celso Maravilha, Gilmar Ranzinha, Carlos Humberto, Feijão, Benitez, Diógenes e Zica. Crianças: Michel, Sidarta, Ciro, Álisson e Bocão. 

Segundo relata o radialista e cronista esportivo Charles Gray, hoje, 09 de fevereiro de 2017, faz exatamente 25 anos de um jogo memorável no Estádio Adauto Moraes que envolveu a Seleção Brasileira de Master e a Seleção Juazeirense de Veteranos, cujo fato ao longo da partida ecoou nacionalmente e até internacionalmente.

A partida contava com a presença de grandes craques do futebol brasileiro e regional, entre eles, o zagueiro Luís Pereira (Chevrolet), que é natural de Juazeiro e depois de passagens por grandes clubes, a exemplo do Palmeiras, seleção brasileira e futebol espanhol, Luiz Pereira participava de amistoso na cidade quando foi expulso.

O FATO

A imprensa à época fez um relato do ocorrido em campo: Dezoito anos depois de ser o primeiro jogador brasileiro a receber o vermelho em Mundial, Luís Pereira se viu envolvido em mais uma situação polêmica com uma expulsão. Em fevereiro de 1992, ele voltou a Juazeiro junto com a Seleção Brasileira máster para fazer um jogo festivo contra o time que leva o nome da cidade. A partida seria uma das homenagens ao jogador, que ganhou até um museu com seu nome no município.

O árbitro escolhido para comandar o jogo foi o funcionário público José Francisco Bastos. Apelidado de Zé Tarzan na região de Juazeiro, ele estava acostumado a trabalhar em jogos amadores da região e, também, em alguns amistosos. Seja de times locais ou nacionais, como quando o Vasco e o Atlético-MG estiveram por lá.

 É muito pior marcar jogo de veterano ou festivo. Eles pensam que todo mundo do interior é besta

Zé Tarzan

Antes da partida começar, Zé Tarzan ouviu a orientação de que aquele era um jogo festivo e que não deveria expulsar ninguém. O correto seria pedir a substituição do atleta que fosse receber o cartão vermelho.

Tudo transcorria bem, o Brasil vencia por 3 a 0 mas, entre os 20 e 25 minutos, Luis Pereira perdeu a cabeça mais uma vez. Após chegar atrasado em uma disputa de bola, cometer a falta e receber o cartão amarelo, o zagueiro partiu para cima do árbitro.

- É muito pior marcar jogo de veterano ou festivo. É tudo cobra criada, passam a noite na farra e não têm condição física. Eles pensam que todo mundo do interior é besta. Dei o cartão amarelo, e ele disse umas agressividades. Ele deveria ser exemplo, mas queria brigar. Aí expulsei – lembra Zé Tarzan nos seus 70 anos de vida.

Ao ver o cartão vermelho, Luis Pereira se exaltou ainda mais. O árbitro, por sua vez, decidiu correr da briga. Sem querer entrar em disputa, Zé Tarzan só parou quando avistou o prefeito da cidade, Joseph Bandeira. Trajando um paletó impecável, o político foi em direção ao árbitro para convencê-lo a manter o filho da terra em campo.

- Eu já sei o que fazer – respondeu Zé Tarzan ao se lembrar da orientação que lhe foi dada antes do jogo.

O juiz quis agitar o ambiente e quis me expulsar. Mas você vê que eu estava com moral com o prefeito, não é?

Luís Pereira

- Então está bom, porque eu ainda tenho um negócio para resolver – agradeceu o prefeito.

Zé Tarzan manteve Luís Pereira em campo, mas, com menos de um minuto de jogo reiniciado, ele passou pelo banco da Seleção Brasileira e revelou a solução:

- Professor Rivelino, entre e substitua Luís Pereira – disse o árbitro, que pode colocar no currículo um pitaco como técnico da seleção máster.

Pouco mais de duas décadas depois, Pereira não gosta de se alongar muito no assunto. Mas ainda consegue uma forma de se sair bem em toda a história.

- O juiz quis agitar o ambiente e quis me expulsar. Mas você vê que eu estava com moral com o prefeito, não é? Isso é uma coisa boa (risos).

Informações e foto: Chalres Gray e Globo Esporte