Ao ouvir ontem, 15 DE SETEMBRO DE 2010, NO PROGRAMA SEM FRONTEIRAS a entrevista da representante do IFBA fiquei extremamente INDIGNADA com a notícia que o Instituto Federal de Educação em Juazeiro, não terá mais, a sua sede no Bairro Dom José Rodrigues. O que se previa, e já era aguardado por nós moradores, é que o Instituto fosse instalado no antigo prédio da UNIVASF que também foi deslocada para as imediações do centro, pela gestão anterior.
É profundamente indignante ouvir como justificativa para o fato, A DISTÂNCIA do CENTRO pra cá, e o “POSSIVEL ISOLAMENTO” dos alunos, por ser, apenas uma turma que iniciará o curso.
Com franqueza, posso dizer que isso é decepcionante quando se trata de uma gestão que se propôs trazer para Juazeiro, a MUDANÇA e, no entanto, permanece com as mesmas práticas de gestões que só conseguem visualizar benefícios diretos para a população que se encontra nas áreas CENTRAIS considerando que os equipamentos públicos estão em sua maioria aglomerados no CENTRO da cidade que carece, sobretudo, de infraestrutura que facilite o fluxo de pessoas que de tais serviços necessitam diariamente.
É óbvio que o crescimento territorial urbano da cidade de Juazeiro tem como um das suas principais vias, esta área onde o Bairro Dom José Rodrigues está situado, a qual, inclusive, é acesso para um dos POUCOS pontos turísticos que Juazeiro ainda tem: A ILHA DO RODEADOURO.
O que indigna, sobretudo, é o fato de não se perceber (ou não se considerar importante) que a presença de um Instituto Federal nesta área significaria CRESCIMENTO para o Bairro e os demais que se localizam nestas imediações, pois iria requerer um maior investimento nos serviços públicos que se destinam a esta parte da cidade, como a exemplo da melhoria na oferta do transporte coletivo; nas condições da rodovia de acesso, incentivando a duplicação e iluminação da BA 210; a geração de emprego e renda fosse com o aluguel de casas, prestação de serviços alimentícios, entre outros que poderiam ser incentivados, inclusive, pelo poder público local.
É inevitável ouvir como justificativa a DISTÂNCIA - sem que nos façamos algumas perguntas: DISTANTE PARA QUEM? Os que nestas áreas residem, não poderão ser também os alunos do Instituto? Ou ele se destina apenas aos que moram NO CENTRO???? Como será que nós moradores DA PERIFERIA vivemos, já que DIARIAMENTE nos deslocamos para o CENTRO se queremos acessar serviços públicos básicos e cotidianos que poderiam ser dispostos também nos Bairros, se as gestões que deveriam servir aos interesses reais da população, o fizessem?
É espantoso que nem sempre a MUDANÇA signifique rompimento de certas lógicas e que as POLÍTICAS PÚBLICAS para Juazeiro ainda partam de visões tão imediatistas e excludentes, nos impondo repetições que beneficiam sempre aos mesmos sujeitos, ampliando o hiato das desigualdades e da indiferença como os que mais necessitam!
O mais grave é que, decisões como estas, sejam tomadas sem sequer consultar a população, o que seria no mínimo ÉTICO, já que estamos em uma GESTÃO que se diz comprometida em OUVIR o povo e a ele buscar atender.
Com indignação,
Ivânia Freitas
Educadora, Mestre em Educação, moradora do Bairro Dom José Rodrigues
Rua H, Caminho 45, casa 06.
3 comentários
17 de Sep / 2010 às 10h48
É O MESMO QUE MISAEL FEZ QUANDO TIROU A UNIVASF DO NOSSO BAIRRO. SÃO TODOS IGUAIS. UM ABRAÇO.
17 de Sep / 2010 às 11h16
Concordo com a educadora.Temos que deixar essa mentalidade de cidadezinha pequena e insignificante,onde TUDO fica no centro.Juazeiro precisa,urgentemente,expandir seu desenvolvimento para outras àreas,como acontece com toda cidade grande.PENSE GRANDE E SERÁS GRANDE!
17 de Sep / 2010 às 17h41
Concordo plenamente contigo amiga, as politicas públicas de desenvolvimento nunca irão deixar de ser cetralizadoras no nosso município, atendendo sempre aos anseios dos "senhores de engenho".
Infelizmente ainda, "a nossa piscina está cheia de ratos".
manollo Ferreira - Pedagogo
Morador da periferia - Piranga