Agentes do programa Bioma Caatinga são capacitados

Mais de mil produtores rurais e quase 200 micro e pequenas empresas agrícolas dos municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Uauá e Remanso, no sertão baiano, serão beneficiados pelas ações do II ciclo do Programa Bioma Caatinga. Fruto da parceria do Sebrae com a Fundação Banco do Brasil e Banco do Brasil, Governo do Estado e universidades, o programa visa fortalecer a base produtiva da criação de caprinos e ovinos do Território de Identidade Sertão do São Francisco, por meio de boas práticas de gestão, assistência técnica e ambiental e acesso a mercados na zona rural e urbana dessas cidades, que, juntas, concentram 45% de todo rebanho de ovinos e caprinos da Bahia e movimentam mais de 200 bilhões de reais.

Os profissionais que vão atuar juntos aos produtores rurais e empresas durante um ano foram selecionados através de edital e estão sendo capacitados até o próximo domingo, dia 15, no auditório do Opara Palace Hotel, no centro de Juazeiro. São 43 agentes de desenvolvimento rural sustentável, três supervisores e um agente de informação. Todos serão preparados em 80 horas de formação específica para a atividade de caprinovinocultura e conteúdo de gestão e inovação.

O técnico agrícola, Luciano Cardoso, vai atuar no Programa Bioma Caatinga como agente de desenvolvimento rural sustentável. Seu trabalho será realizado diretamente com os produtores rurais na região do Salitre, em Juazeiro, levando assistência técnica, conhecimento, boas práticas de manejo, higiene sanitária e produção de forragens para alimentação animal.

Luciano participa do programa pela segunda vez e já conhece na prática as mudanças que o Bioma Caatinga trouxe aos produtores e às comunidades beneficiadas. “Eu acompanhei de perto as transformações nas propriedades e na forma de criar os animais. A maior mudança se refere às técnicas que eles adotaram, pois criavam de qualquer jeito. Não tinham noção de vacinação, melhoria de reprodução do rebanho e comercialização, por exemplo. Tudo isso foi sendo discutido e implantado”, revela.

O agente de desenvolvimento rural sustentável não esconde a satisfação de atuar novamente no programa e acredita que nesta segunda fase, os criadores de caprinos e ovinos podem ir mais longe. “Com o acesso ao conhecimento, eles passam a ter uma visão mais ampla da caprinovinocultura, percebem que é uma atividade rentável e muito promissora no sertão. O programa também promoveu a organização desses produtores, e de forma coletiva buscam crescimento e melhorias para todos, desde a produção à comercialização”, ressalta.

As atividades do programa já começam esse mês e segue até março de 2017 com ações simultâneas no campo e na cidade. O coordenador do Bioma Caatinga e técnico do Sebrae em Juazeiro, Carlos Robério Araújo, explica que esta edição do programa terá investimento de um milhão e meio da Fundação Banco do Brasil e do Sebrae, que também vai oferecer capacitações e consultorias ao público alvo. “A meta é transformar a caprinovinocultura tradicional do sertão em uma atividade rentável, visando lucros e resultados. Sabemos do potencial, mas o que precisa é tratar a atividade com profissionalismo, transformando a condição de criador de bode em empresário rural”, destaca.

Robério esclarece ainda que para aumentar a produtividade e competitividade de caprinos e ovinos nos municípios contemplados com o Bioma Caatinga, o Sebrae Bahia participou de uma seleção via Edital de propostas de apoio advindo do Reino Unido, que foi aceita pelo Conselho Britânico. Assim, novas parcerias se somam a esse grande movimento de apoio à caprinovinocultura da região. “O apoio de instituições cientificas que contribuem, com incentivo financeiro, transferência de conhecimento e tecnologia”.

Sobre o trabalho da equipe estrangeira, Robério explica que os profissionais vão acompanhar a implantação de campos de aprendizagem tecnológicos. “Serão introduzidas unidades de produção de forragens, implantação de instalações adequadas para o manejo de rebanho e de genótipos caprinos e ovinos que vão melhorar o sistema de produção da região”, conclui.

Asscom