No imaginário da nossa infância quase feliz, povoada de pessoas, espaços, como um filme em preto e branco, quase “cinemascope” na “matinê” do cine São Francisco, ou cine Coliseu
que eu não assisti. Elas estão lá; sensações vivas demais de pessoas ainda vivas e outras que se foram – ciclo inevitável da breve existência humana.
Às vezes nos encontramos lá, antes na Rua Antonio Pedro, hoje, onde aterraram com “entulhos” o chão do nosso mercado popular que tem nome de ex-prefeito.
Lembra do “mingau do seu Dé”?, De milho ou tapioca? Lembra do mercado da Praça Cordeiro de Miranda? Tinha um “domo” colorido no seu teto, era um vitral quase francês” “art-nouveau” arte dos tempos da bela estação ferroviária. “ Aqui tudo ainda parece construção. mas já é ruína”.
O “cachorro quente de seu Antonio” o mocotó do Café Papagaio (contam que João Gilberto pedia um e esquecia tocando violão e depois mandava esquentar de novo) Tinha também o do seu “Pedro pirulito” em Piranga. E o acarajé de Dona Cecília! Era na rua “d`Apolo” pertinho do bazar Royal de “Gustavinho”.... Esta Juazeiro mágica não existe mais, tem uma outra feia, deselegante, inculta, persistindo, entulhada de políticos ruins, muita gente que chega e marca território como “cachorro vira lata” e fala mal de tudo, todo mundo fala mal de Juazeiro – velha “cortesã” usada, mal amada.
Mas ainda pulsa um quase vestígio de vida pura em pessoas bonitas, humanas em demasia, humildes e lindas, contrastando com a gente fina mal vestida, belezas emburrecidas.
Dona Francisca (Foto)... Olha ela ainda aqui, desde o mercado da Rua Antonio Pedro, onde meu pai, às vezes nos levava para (ele) comer uma “buchada” um “mocotó”, uma “galinha” eu e meu irmão mais velho – a gente comia bolinhos, rosquinhas.
Longo tempo, de gente que se foi, de gente que nasce e que chega e Dona Francisca esta lá, com o seu tempero, seu sorriso e sua história inundada de saudade, no mercado sempre sujo, caótico, onde Juazeiro não se encontra mais... E a única coisa limpa é uma imensa alegria de ainda poder encontrar gente, gente por demais, gente!
Sendo assim eu canto: Quando mais velho – moço! Quanto mais amo – seco! Quanto mais águia, água do fundo do poço! Coração na pele – corda no pescoço.
E ainda lá, Dona Rita vendendo verduras, Teca Meirelles comprando tomates, Carcará sobrevoando, Seu Ulisses amplificando uma vida, Jean Rêgo na república das "bananas".
Quem pensa que é só saudade, não é futurista.
Maurício Dias Cordeiro
13 comentários
18 de Mar / 2013 às 17h43
Maurício, permita uma pergunta: estás afinado com o professor Otoniel Gondim no seu evento multicultural 'JOAQUIM, TEREZA E O JUMWENTO '', ou não? A elite é você ou você não consegue sair dessa elite hipócrita? Até o prefeitp Isaac e Fernando Veloso o estao com ele. Joseph também. Otoniel não é mole , não.
18 de Mar / 2013 às 18h06
Parabéns a Mauricio Dias pelo belo texto de uma realidade vivida e sofrida de nossa grande Juazeiro, pois lendo o texto como não lembrar do espaço a frente do estadio Adauto Moraes onde era realizado todas as tardes e nos finais de semana o tradicional baba a turma das ruas Perpetua, rua Castro Alves e Quintino e o pessoal da banca. Bons Tempo belas lembranças de um infância.
18 de Mar / 2013 às 18h07
Parabéns a Mauricio Dias pelo belo texto de uma realidade vivida e sofrida de nossa grande Juazeiro, pois lendo o texto como não lembrar do espaço a frente do estadio Adauto Moraes onde era realizado todas as tardes e nos finais de semana o tradicional baba a turma das ruas Perpetua, rua Castro Alves e Quintino e o pessoal da banca. Bons Tempo belas lembranças de um infância.
18 de Mar / 2013 às 18h10
atenção, não podemos perder a buxada de dona francisca,, avantes buchadeiros, mocotozeiros.galinheiros etc....
18 de Mar / 2013 às 18h12
atenção, não podemos perder a buxada de dona francisca,, avantes buchadeiros, mocotozeiros.galinheiros etc....
18 de Mar / 2013 às 18h14
atenção, não podemos perder a buxada de dona francisca,, avantes buchadeiros, mocotozeiros.galinheiros etc....
18 de Mar / 2013 às 21h55
excelente texto Mauricio. Só quem teve o prazer de conviver com as pessoas e de visitar os locais que você tão bem descreve sente a emoção de suas palavras. Longe de ser saudosista mais não podemos esquecer de figuras carismáticas que os anos passam e seus nomes sempre estão ligadas a nossa cidade . Pessoas do povo que não tinham cargos importantes, não eram politicos. Devemos falar de alguns baloartes que graças a Deus estão entre nós e merecem os nossos respeitos. Me desculpem aqueles que , com certeza vou esquecer. Mais figuraS COMO Bebela, José vidal, Esmelinda pergentino, Professor Candido, Professor Antonilio da França Cardoso e seus irmãos Antogildo e Antonilia, José Raimundo Neves, Negão do Edson, João Doido, Feijão, Taladinho, Jaime Caldas e tantos outros amigos
18 de Mar / 2013 às 22h20
so nao sabem o que isto quer dizer , quem nao é de juazeiro , que saldades eu melembro de tudo isso ,
18 de Mar / 2013 às 22h23
Maurício Dias dessa vez estará pelo menos presente no multievento cultural do professor Otoniel Gondim '' JOAQUIIM, TEREZA E O JUMENTO ''? Estão falando barbaridades sobre esse evento. Além da peça teatral, haverá um grande debate com figuras importantes de Juazeiro. Depois, um showzaço em tributo a Chico Buarque. Otoniel Gondim, o mais criativo e arrojado de nossos pensadores. Pena que precise do prefeito Isaac e de Fernando Veloso,.Dizem que deram ao professor todo o apoio necessário.De qualquer forma, valeu Isaac Carvalho. Maurício, apareça e compareça com as pazes de artistas. De um amigo de ambos.
19 de Mar / 2013 às 20h27
Juazeiro tem uma história linha, principalmente pela convivência que convivemos desde os primeiros mercados que Juazeiro já teve, eu e minha família, a família de seu Santo a mesma foi criada dentro dos mercados, desde os mercados antigos, nossos pais foram uns heróis, como a família de Dona Pequena e seu orlando da banana, onde foram lutadores para vencer e dar uma boa educação e formar muitos filhos, ensinando o caminho do trabalho, sem deixar nenhum fora de uma sociedade e de ser cidadães.Muitos heróis passaram pelo os mercados, desde o próximo da Rua Joana angelica e a feira da Rua do Paraíso, na Rua do GB Barbosa atrás da banca, até chegar no Alto da Maravilha, onde ficou nos dias de hoje. Parabéns Maurício.
19 de Mar / 2013 às 20h28
Juazeiro tem uma história linha, principalmente pela convivência que convivemos desde os primeiros mercados que Juazeiro já teve, eu e minha família, a família de seu Santo a mesma foi criada dentro dos mercados, desde os mercados antigos, nossos pais foram uns heróis, como a família de Dona Pequena e seu orlando da banana, onde foram lutadores para vencer e dar uma boa educação e formar muitos filhos, ensinando o caminho do trabalho, sem deixar nenhum fora de uma sociedade e de ser cidadães.Muitos heróis passaram pelo os mercados, desde o próximo da Rua Joana angelica e a feira da Rua do Paraíso, na Rua do GB Barbosa atrás da banca, até chegar no Alto da Maravilha, onde ficou nos dias de hoje. Parabéns Maurício.
20 de Mar / 2013 às 21h17
parabens mauricio, isto nos dá tantas saudades. Obrigado!!!!
25 de Mar / 2013 às 14h43
Belas lembranças, saudades de outrora, mauriçola. O cachorro quente de seu Antonio, que delicia. tempos que não voltam mais, fica na memoria. Se alguem souber poderia indicar tualmente, que forneçe um mingau de tapioca, agradeceria.