Estamos passando em nossa região por um longo período de estiagem que está levando os nossos agricultores/pecuarista da zona de sequeiro a uma situação de calamidade.
Esta situação já era prevista e debatida em âmbito nacional desde janeiro de 2012, ou seja, durante praticamente um ano não foi feito nada para prevenir esta tragédia que se avizinha, foram pouquíssimas ou quase nenhuma as providências tomadas pela Secretaria de Agricultura de nosso município para enfrentar este flagelo da seca. E aqui não cabe o velho e surrado discurso que não fez nada, pois esta dependendo do Governo Estadual ou Federal, estamos falando aqui em ação, buscar soluções, mobilização se antecipar ao fato. Eu fico a me perguntar, porque não foram tomadas decisões mais enérgicas para amenizar tal situação, foi por falta de visão administrativa ou simplesmente descaso com a população?
Fico triste e ao mesmo tempo indignado quando vejo o empenho e a mobilização da Prefeitura e dos Srs. vereadores para viabilizarem o carnaval em nossa cidade, o empenho da Prefeitura em declarar estado de calamidade financeira (só lembrando: três meses antes em plena campanha o Sr. Prefeito falou aos quatro cantos que a prefeitura estava com as contas sanadas e agora era a hora de investir na cidade), isto para mim é estelionato eleitoral. E estes senhores durante todo este período nada fizeram, nem projetos nem ações para amenizar esta situação.
Na Bahia já existem centenas de cidades que declararam estado de emergência, prefeituras fazendo contenção de gastos, cancelando festas tradicionais, prefeitos e vereadores reduzindo seus salários, de certa maneira estão tomando algumas atitudes para amenizar e até mesmo sobrar recursos para aplicar no combate à seca. Aqui, aqui é outra historia até parece que estamos em outro planeta, é aumento de salários, é gasto com festas e outras coisas mais.
Gostaria de encerar com um verso de Patativa do Assaré, mesmo com toda esta dificuldade e abandono por parte daqueles que deviam prezar pelo nosso bem estar, o povo Juazeirense é igual e tão forte como o juazeiro e com certeza vai superar estas dificuldades e voltar a ser frondoso, é uma pena que a figura do vaqueiro não esteja sendo representada a altura neste momento.
Um é ver, outro é contar
Quem for reparar de perto
Aquele mundo deserto,
Dá vontade de chorar.
Ali só fica a teimar
O juazeiro copado,
O resto é tudo pelado
Da chapada ao tabuleiro
Onde o famoso vaqueiro
Cantava tangendo o gado.
Julio Almeida
16 comentários
08 de Jan / 2013 às 16h18
Sabidamente, essa tem sido considerada a maior e mais agressiva seca que assolou as terras semiáridas nordestina. Para um momento tão propício quanto esse que estamos vivenciando, que é o da comprovação inequívoca de um 2013 ainda pior que 2012, precisamos externar esforços para promoção do debate a que a sociedade dependente dos recursos naturais espera que assim o façamos e talvez o mais importante: que o façamos de forma propositiva e não através de comoção com a miséria instalada. Os esforços terão de ser voltados para Políticas Públicas que se tornem eficazes, continuas, inteligentes, sérias e capazes de conduzir a agricultura e pecuária regional como base alicerçar de uma atividade sólida e voltada para o bem estar dos nossos produtores rurais. Preocupa-me as intervenções que perpetuam a dependência moral, a exemplo da indústria pipeira, da bolsa estiagem, da doação de grãos, do seguro safra e outras que primeirame
08 de Jan / 2013 às 16h19
Reservas forrageiras As reservas forrageiras são essenciais para as criações, em virtude da escassa produção das gramíneas no período de seca que tem atingido catastroficamente o semiárido brasileiro. Estas reservas devem ser compostas preferencialmente por gramíneas e leguminosas, considerando-se o maior aporte protéico propiciado por esta última. As gramíneas mais recomendadas para capineiras são as variedades de capim elefante (média de 14.050 Kg de M S/ha/ano). Um hectare de milho (média de 16.800 Kg de MS) e sorgo (média de 17.700 Kg de MS), levando-se em conta um fornecimento de 2 Kg. de matéria verde/an/dia num período de 5 meses seriam suficientes para alimentar 80 a 100 animais. Quanto à reserva de leguminosas, pode-se utilizar a soja perene, mucuna, guandu e/ou cunhã. Em termos de leguminosas, recomendam-se dois hectares/100 animais considerando-se um consumo de 1 Kg/an/dia.
08 de Jan / 2013 às 16h21
Rebanhos Caprinos Ovinos Casa Nova 681.774 392.750 Curaçá 970.961 593.737 Juazeiro 943.767 1.024.131 Remanso 257.091 305.923 Uauá 614.833 371.140 Total 3.468.426 2.687.681 Fonte: SEBRAE – Programa Bioma Caatinga (dados ainda não consolidados)
08 de Jan / 2013 às 16h24
Necessário se promover urgentemente um debate profícuo e propositivo que traga para a mesa um conjunto de propostas que efetivamente produzam efeitos positivos para os atingidos pela estiagem contínua e corriqueira e secular ao mesmo tempo.
08 de Jan / 2013 às 16h49
Muito bem Julio Almeida.A cada dia esse rapaz vem melhorando e trazendo temas sociais relevantes para a discussão da comunidade. Parabéns. Geraldo José e Blog, quando Otoniel gondim voltará ao Blog? Vocês podem adiantar algo sobre a sua próxima peça teatral? Tem muita gente ansiosa para saber. Por favor.
08 de Jan / 2013 às 21h45
Rita ,vou vazar algo escutado por aí: A PEÇA CHAMA-SE ' JOAQUIM,TEREZA E O JUMENTO '. Me parece que será em Março e será em um restaurante grande da cidade. Ô professor oara inventar. Falam maravilhas do texto e que será apresentada, também, em Petrolina, Recife e Salvador.Como sei disso tudo? Ah, me poupe. Tchauzinho, baby.
08 de Jan / 2013 às 22h27
Que poema feio ,Julio. Além do mais os seus artigos estão radicalmente parcial, perdendo a suvidade de ser contra. veja os seus de Otoniel Gondim, cara. Não concordo com a maioria dos artigos que o Professor escreve, porém, ele escreve com um talento ímpar e invejável. Vê lá, Julio e o leia.
08 de Jan / 2013 às 22h34
Julio, você precisa escrever sem rancor pessoal ao Prefeito. Apenas a verdade e sobra a sua administração. O Professor Otoniel Gondim (ainda bem que logo volta) é bem mais enfático , sarcástico e contumaz em suas análises,porém, escreve com suavidade e talento ímpar. Até eu que não me afino muito com que o Professor escreve, adoro lê-lo. Pois bem Julio, amenize mais cara ou vai parecerpessoal até demais.
09 de Jan / 2013 às 00h06
Acho que o Sr. Zilton faria um bom trabalho técnico-agropecuário se contactasse diretamente c/ o homem do campo, levando consigo a água que tanto ele vem clamando, e certamente produção e produtividades de gramíneas e leguminosas se dariam à contento para minimizar o caos que se repetirá na próxima estiagem, dada continuidade da postura irresponsável dos nossos governantes. A realidade é mais núa e crúa do que retrata Júlio Almeida, e se estende em Sobradinho onde o criador do sequeiro desde agosto não conta com água de carros-pipa da Prefeitura, e não muito diferente essa situação sub-humana é promovida p/nossas lideranças a Piçarrão/Sento-Sé e a tantas outras regiões. O mundo precisa ser informado da "competencia" de nossos governantes, A QUE ATÉ AQUI NÃO FOI ALÉM DE TRANSPOR O HOMEM DO CAMPO, DA POBREZA PARA A MISÉRIA!
09 de Jan / 2013 às 00h33
Parabéns a Júlio Almeida pela observação e pelo comentário. As ações do governo são paliativas, morosas e sobretudo vergonhosas enquanto o campo morre de fome e sêde, irresponsavelmente tambem mergulhado na escassês de maior presença do Estado em razão da comprovada calamidade que sem dúvidas vem sendo aplaudida pela Indústria da Sêca. À mim e à voce cabe a comoção pelo quanto vem padecendo os nossos irmãos (vítimas da sêca); Ao Governo a ação emergente e efetiva, se ainda houver tempo!...
09 de Jan / 2013 às 00h47
E o pior é que fica um bando de burocratas avaliando quais ações tomar para resolver o problema. Lá nas suas salas refrigeradas com água gelada e cafezinho é bem mais fácil. A situação urge providências e não avaliações. A soluçaõ do problema é para ontem.
09 de Jan / 2013 às 00h51
Entendí que o Sr. Zilton Alves quis se apresentar agrônomo no local errado, e sugiro que, quando oportuno simplifique a linguagem técnica ou aquele homem do campo - dada ignorancia promovida pelo Governo que continúa usurpando-o - continuará alhéio a leguminosa, protéico e outros. A crítica acima refere-se ao descaso com a sêca, e principalmente sobre a lentidão de ações do Governo que deveriam acontecer em carater de emergencia. Parabéns a Júlio Almeida!
09 de Jan / 2013 às 02h38
Sem nenhuma intenção em defender o carnaval... aliás, repudío todo evento que, para orgulho de tantos faz a cara da Bahia... acho que o município é minúsculo para promover as ações emergenciais efetivas que o campo requer para minimizar os efeitos da estiagem, e entendo que o Estado, sim, tem poderes maiores de decisão e atuação em todas as regiões castigadas do nordeste, visando que tamnha calamidade não estenda nem se repita em outra ocasião. A condição sub-humana à qual o governo brasileiro vem submetendo os nossos irmãos(sobretudo os sertanejos), deixando-os inclusive sem água, obriga-os á não ser mais o Forte/ de Euclides da Cunha!
09 de Jan / 2013 às 07h49
NADA SE FAZ PARA MINIMIZAR O SOFRIMENTO DO HOMEM DO CAMPO... NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, ENQUANTO A SÊCA ASSOLA LHE TIRANDO O ÚLTIMO RECURSO (O SALDO DO REBANHO EM CONSEQUENCIA DA FOME E DA SÊDE QUE A MUITO VINHAM SENDO PROMOVIDAS PELA FALTA DE INCENTIVOS E ATENÇÃO NECESSÁRIOS DO GOVERNO). FALTA COMPROMISSO, FALTA VERGONHA!
09 de Jan / 2013 às 08h06
Certamente a Zona Rural de Juazeiro está apostando que o chapéu de couro vestido por nosso prefeito, diga além do quanto ele atraíu votos. O homem do campo não merece tanto descaso em meio a sêca que a 1 ano vem amargando sem qualquer ação efetiva que o faça respirar. Cadê voce também com s/chapéu de couro, Vereador Hamilton Ferreira? O que estão fazendo com o sertanejo, é um massacre!
09 de Jan / 2013 às 11h27
Sr. OLIMPIO, FEIO NÃO É O POEMA DESTE ILUSTRE POETA POPULAR, FEIO É O CIDADÃO QUE NÃO QUER ENXERGAR O OBVIO, FEIO É VÊ NOSSOS AGRICULTORES PENAREM POR TOTAL FALTA DE RESPONSABILIDADE DOS PODERES PUBLICOS, FEIO É O SER HUMANO QUE NÃO SE COMOVE COM A SITUAÇÃO DO SEU SEMELHANTE, FEIO É DEFENDER O INDEFENSAVEL SR. OLIMPIO. FEIO É PERDE A SEMSIBILIDADE DIANTE DAS PALAVRAS MAIS SIMPLES E VERDADEIRAS ESCRITAS POR UMA PESSOA TÃO HUMILDE E INTELIGENE COMO PATATIVA DO ASSARÉ.