Mais de 800 crianças de escolas públicas e organizações sociais de Juazeiro (BA), das áreas urbana e rural, já participaram da segunda edição do projeto 'Viagens no Tempo', que começou em 19 de maio e segue até o dia 30.
A iniciativa, que combina cultura e educação, oferece uma imersão na memória do município. O projeto busca fortalecer o sentimento de pertencimento das crianças por meio de atividades como contação de histórias e visitas guiadas ao Museu Regional do São Francisco.
Durante as visitas, os olhares atentos e curiosos das crianças são notáveis. "Aqui no museu tem várias coisas muito legais, mas a parte que eu mais gostei foi a parte subterrânea ", conta Ana Sofia Silva, estudante da Escola Municipal Maria de Lourdes Duarte. Ela se refere ao ambiente do subsolo que abrigou pessoas escravizadas no passado. "Conta a história de que alguns escravos moravam aqui embaixo", completa.
O 'Viagens no Tempo' tem despertado diversas formas de conexão com o patrimônio local. Graziele Sofia Rodrigues, da Escola Municipal Rural de Tempo Integral São José, do Projeto Curaçá NH04, diz que gostou mais das roupas antigas. "Porque eu desenho e gosto de desenhar roupas desse estilo", revela.
A importância dessa vivência vai além do aprendizado em sala de aula, conforme destaca Mary Simone, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Judite Leal Costa. "A partir da contação da história e do conhecimento do museu, eles passam a vivenciar, a experienciar esse momento aqui e a valorizar toda essa diversidade".
Essa valorização do patrimônio e a formação de uma consciência histórica também foram percebidas pelo mediador cultural do projeto, Ernândio Telles, que observou o entusiasmo dos estudantes. "Você vê, no olhar delas, que ficam realmente muito encantadas com tudo que veem". Telles enfatiza o papel do museu como um espaço vivo, que conecta as crianças às raízes de Juazeiro e ajuda a formar uma consciência histórica e coletiva. "Gera essa coisa do pertencimento, sabe? Porque a gente conta histórias que são nossas, são deles, dos antepassados deles", conclui.
Para Jessica Raisla Alves, professora de Libras e tradutora-intérprete que acompanhou uma criança surda na visita, "é muito importante ter essa acessibilidade e inclusão, onde os alunos surdos, junto aos ouvintes, podem interagir, conhecer as histórias e participar desse projeto tão maravilhoso, que é uma viagem".
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Agência Chocalho / Foto: Thierre Oliveira
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