Após publicação da REDEGN-Veja Aqui-Em nota, reitor faz alerta sobre grave situação financeira da UNIVASF, vários prestadores de serviços das empresas terceirizados da Univasf-Universidade Federal do Vale do São Francisco, reclamam de salários atrasados e fontes garantem que "vários serviços já sofrem queda de qualidade com a diminuição de verbas".
De acordo com a nota do reitor da Univasf, professor Telio Nobre Leite, "mesmo com esforços recentes do Ministério da Educação (MEC), a partir de 2023, essa crise se agravou devido a cortes na transição entre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, aprovada pelo Congresso Nacional apenas em 20 de março e sancionada pelo presidente da República em 10 de abril do corrente ano. Essas perdas impactaram bastante a capacidade de planejamento e execução orçamentária das universidades".
"Na Univasf, desde o ano passado, a Reitoria tem buscado equilibrar receitas e despesas. Para isso, apresentou aos Conselhos Superiores um plano de contingência que visa reduzir em quase 11 milhões de reais as despesas correntes, garantindo o funcionamento mínimo das atividades acadêmicas e administrativas, além de apoiar a permanência dos nossos estudantes", disse o reitor.
O jornal a Folha de São Paulo destacou que a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulgaram uma nota conjunta criticando duramente a política orçamentária do governo Lula (PT) para as universidades federais. As entidades manifestaram “profunda preocupação” com o decreto assinado em 30 de abril, que restringe a liberação de recursos por parte do Ministério da Educação (MEC) a apenas 61% do orçamento previsto para cada instituição até novembro.
Segundo a nota, essa limitação compromete seriamente o funcionamento administrativo, acadêmico e científico das universidades públicas brasileiras, que respondem por mais de 90% da produção científica do país.
“A limitação orçamentária imposta não somente ameaça a continuidade das pesquisas, como também compromete a formação de profissionais altamente qualificados, essenciais para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do país”, afirmam os presidentes da ABC, Helena Bonciani Nader, e da SBPC, Renato Janine Ribeiro.
As entidades alertam que os efeitos não se restringem à área da ciência. Na visão delas, a medida atinge também a principal via de ascensão social da população mais pobre.
“As universidades públicas são a porta de entrada para milhares de estudantes pobres, negros e periféricos que dependem delas para romper o ciclo da desigualdade, empurrando os mais vulneráveis para o ensino privado e o endividamento”, diz o documento.
A nota ainda destaca que, enquanto países desenvolvidos aumentam os investimentos em ciência e educação, o Brasil segue na contramão, com cortes que agravam a fuga de cérebros e a dependência tecnológica do país.
Confira a nota na íntegra:
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vêm a público manifestar sua profunda preocupação com as recentes medidas adotadas pelo Governo Federal em relação ao financiamento das universidades federais.
A decisão de liberar apenas no final do ano um terço dos recursos previstos inviabiliza o funcionamento básico dessas instituições, comprometendo de forma severa o funcionamento das universidades federais brasileiras, bem como afetando diretamente a manutenção de suas atividades administrativas, acadêmicas e científicas ao longo do ano.
Mais de 90% da pesquisa científica brasileira é resultado das pesquisas realizadas nas universidades públicas do país. A limitação orçamentária imposta não apenas ameaça a continuidade das pesquisas, como também compromete a formação de profissionais altamente qualificados, essenciais para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do país. Ao adiar e diminuir significativamente a liberação de recursos, o governo dificulta o funcionamento dessas instituições, comprometendo sua capacidade operacional.
Essa política não atinge apenas a ciência – destrói um dos principais mecanismos de ascensão social no Brasil. As universidades públicas são a porta de entrada para milhares de estudantes pobres, negros e periféricos que dependem delas para romper o ciclo da desigualdade, empurrando os mais vulneráveis para o ensino privado e o endividamento.
Países desenvolvidos investem massivamente em educação e ciência. O Brasil, ao contrário, desmonta suas universidades, exporta cérebros e aumenta sua dependência tecnológica estrangeira. Sem pesquisa pública, não haverá inovação, nem soluções para crises sanitárias, ambientais ou econômicas.
Diante desse cenário, a ABC e a SBPC reiteram a importância de garantir o pleno funcionamento das universidades federais, condição indispensável para o avanço da ciência, da educação e da soberania nacional.
Helena Bonciani Nader
redegn Foto redes sociais
1 comentário
20 de May / 2025 às 09h25
Mas não era culpa de Bolsonaro? Kkkkkk toma