"Caixa d'água do Sertão": ICMBio) deflagra a Operação Guardiões da Chapada do Araripe

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou resultados da Operação Guardiões da Chapada do Araripe, que teve como objetivo  conter os elevados índices de desmatamento na Caatinga, especialmente na Área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada do Araripe, localizada nas divisas dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. 

A operação foi coordenada pela Coordenação de Fiscalização, em Brasília (DF), com apoio do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Araripe e da Gerência Regional Nordeste.

A unidade de conservação apresentou mais de 1.500 alertas de desmatamento de 2022 a 2025, totalizando mais de 12.000 hectares desmatados. Após definição da metodologia e critérios estratégicos, como tamanho da área afetada, os municípios com mais desmatamento e áreas críticas para a conservação, foram selecionados 250 alertas para avaliação pelos fiscais. Como resultado, foram lavrados 130 autos de infração e termos de embargo, totalizando mais de R$ 6,5 milhões em multas aplicadas e 2.280 hectares de áreas desmatadas irregularmente embargadas.

Os Agentes de Fiscalização Ambiental do ICMBio adaptaram a metodologia de operações remotas já utilizada em unidades de conservação amazônicas ao contexto da APA Chapada do Araripe. Essa adaptação permitiu a lavratura de autos de infração e termos de embargo com base em alertas de desmatamento das plataformas MapBiomas e Brasil Mais, utilizando imagens orbitais de satélite e dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR/MMA) e do Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF/Incra).

A operação foi fundamentada em protocolos técnicos consolidados e nas diretrizes legais que regulam o uso sustentável dos recursos naturais e a proteção da vegetação em áreas protegidas, reafirmando o compromisso institucional com a integridade ecológica da APA da Chapada do Araripe.

Sobre a APA Chapada do Araripe-A Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe foi criada pelo Decreto s/nº de 4 de agosto de 1997. Trata-se de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, integrante do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC (Lei nº 9.985/2000). Localizada no semiárido nordestino, essa APA abriga remanescentes significativos de vegetação nativa e nascentes que alimentam bacias hidrográficas essenciais para o ecossistema e para as populações humanas locais, razão pela qual é conhecida como a "caixa d'água do Sertão".