Ah, Hertz Félix... Cinqüentenário de arte pulsante, sessenta e duas primaveras vividas intensamente sob os refletores da vida e da imaginação.
Um nome que ecoa pelos corredores da cultura do Vale do São Francisco, um farol de criatividade que ilumina Juazeiro com a força de suas 67 peças teatrais, nos transporta para outros mundos através de seus 19 filmes, nos prende à magia das 21 radionovelas e nos envolve nas tramas de suas 4 telenovelas.
É bonito observar essa dedicação visceral à sua terra, Juazeiro, onde fincou raízes artísticas e nutriu sua paixão ao longo de cinco décadas. Uma entrega leal, um compromisso inabalável com a cultura local. Caminhar pelas ruas de Juazeiro certamente guarda a aura de seus personagens, os ecos de suas histórias contadas e encenadas.
E Petrolina, ah, Petrolina! A cidade vizinha, atenta e sensível, soube enxergar o brilho único desse artista multifacetado. Reconheceu o valor intrínseco de sua obra, a importância de sua contribuição para o cenário cultural regional. Palmas petrolinenses ecoaram mais forte, celebrando o talento que Juazeiro talvez, absorta em sua própria dinâmica, não tenha laureado com a mesma intensidade.
Essa dualidade, essa busca por reconhecimento na margem oposta do rio, não diminui em nada a grandiosidade de Hertz Félix. Pelo contrário, talvez até acentue a beleza de sua jornada. Um artista que planta sementes em sua terra natal, mas encontra solo fértil e aplausos calorosos na cidade coirmã.
Hertz Félix, um mestre das artes cênicas, da escrita cativante, da direção perspicaz e da visão cinematográfica. Um patrimônio cultural do nosso Nordeste, um exemplo de persistência e amor à arte. Que sua trajetória continue a inspirar novas gerações de artistas e que o reconhecimento, seja em Juazeiro ou em Petrolina, continue a florescer, nutrindo a alma desse homem que dedicou sua vida a contar histórias e a emocionar platéias. Afinal, talento com tamanha vitalidade atravessa rios e fronteiras, ecoando para além do tempo.
Ah, Edvaldo Franciolli, artista juazeirense que ao longo dos seus 68 anos de vida, saiu pelo mundo como andarilho das artes e da cultura, antes porém de deixar Juazeiro conseguiu em plena ditadura militar, servindo o exército brasileiro, saia do quartel do TG nas tarde do domingo e encantava o público na “Boite O Cafona” de Juazeiro chocando a sociedade com seu jeito irreverente de ser e no teatro encantava a plateia de Juazeiro e Petrolina com suas interpretações em vários espetáculos teatrais. Seguiu para o sudeste onde as artes cênicas se tornaram o seu ofício principal: O teatro, o show man nas noites paulistanas, o cinema e a televisão.
Ah, “Andarilho” das artes cênicas e da cultura, o Brasil inteiro reconhece o seu trabalho na Bahia, Pernambuco, Piaui, e por onde passou deixou sua marca de competência e comprometimento com o fazer cultural em muitas linguagens. E Juazeiro? E Petrolina? Duas cidades irmãs que tem a marca deste “andarilho” das artes que depois de muitos anos volta à sua adorável “PIRANGA” bairro da sua infância... Petrolina o consagrou adotando oficialmente como seu filho através do reconhecimento da sua contribuição cultural para o referido município através da indicação da vereadora Maria Elena Alencar aprovada na Câmara de Vereadores por unanimidade.
Ah, Hertz Félix. Ah Edvaldo Franciolli... seus nomes imortalizados nas rádio novelas, nas consagradas peças teatrais, no pioneirismo cinematográfico a ser os primeiros a explorar a região do Salitre como cenário para o filme 'Seara Prometida' e muitas outras produções para o cinema regional. Por tudo isso, esses dois ícones da cultura regional merecem nossos aplausos e esse reconhecimento se deu através da MENÇÃO HONROSA recebendo o 'Cabrito de Ouro' no último Festival do Cine Caatinga em Petrolina.
Palmas altas para estes dois grandes nomes da cultura nordestina, ESSES SIM, TEM BIOGRAFIA!
Sobre a premiação, Hértz Félix em contato com a Rede GN comentou: "Olá,Geraldo! Com o coração transbordando de alegria e profunda gratidão, dirijo-me à estimada comissão do Festival Cine Caatinga. Receber o Cabrito de Ouro por "Duplo Estigma" é uma honra imensurável, um reconhecimento que ecoa em toda a minha trajetória no cinema.
Essa conquista se torna ainda mais especial por ter sido trilhada ao lado do meu grande amigo e ator talentosíssimo, Edvaldo Franciolle. Sua entrega e brilhantismo em cena foram fundamentais para a força e a emoção que o filme "Duplo Estigma" alcançou. Dividir esse prêmio com você, Franciolle, é motivo de imensa felicidade.
Não posso deixar de expressar meu sincero agradecimento à acolhedora cidade de Petrolina. Seu apoio constante e caloroso aos meus trabalhos, seja no teatro, no rádio ou no cinema, sempre foi um incentivo poderoso. Essa premiação também celebra a cultura vibrante e o carinho que Petrolina dedica à arte.
Muito obrigado a todos que tornaram este momento inesquecível. O Cabrito de Ouro é um estímulo para continuarmos contando histórias que tocam o coração e a alma".
Da redação Rede GN
0 comentários