A arte popular pernambucana ocupou o coração do Congresso Nacional, em Brasília, com a abertura da exposição J. Borges: Poesia e Arte.
A mostra, que celebra o legado do mestre da xilogravura e do cordel, foi idealizada e proposta pelo Governo de Pernambuco, através de edital, para apresentar a outras regiões do Brasil o universo lírico e visual do artista de Bezerros, no Agreste.
A governadora Raquel Lyra participou da cerimônia de abertura, no Salão Negro da Casa Legislativa, e destacou o papel de J. Borges como símbolo da identidade pernambucana.
"Pernambuco e o mundo conhecem J. Borges, com todas as suas artes. O trabalho dele falava da simplicidade, da força e da resiliência da nossa gente. Ele dizia que ser autêntico é ser simples, e não tem sabedoria maior do que essa. Essa é a expressão da cultura popular de Pernambuco, que nos faz um povo diferente de qualquer lugar no mundo", destacou a governadora Raquel Lyra.
Pensada inicialmente como uma homenagem aos 90 anos que o artista completaria em 2025, a exposição teve sua proposta inscrita pelo Estado — por meio do escritório de representação em Brasília — no edital anual da Câmara dos Deputados, sendo selecionada para ocupar um dos espaços culturais mais simbólicos do país. A curadoria, também realizada pelo Governo de Pernambuco, organizou o acervo com cerca de 70 obras, entre xilogravuras, matrizes e folhetos de cordel, pertencentes a colecionadores, ao Memorial J. Borges e à própria família do artista.
A iniciativa conta com apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e da Secretaria de Cultura do Estado. "Nós temos a honra de ter um pernambucano levando o nosso Estado para todo o país. J. Borges representa o pernambucano, o nordestino e o brasileiro. Onde a gente vê uma imagem dele, nem precisamos chegar muito perto, de longe mesmo já nos sentimos representados", disse a secretária de Cultura de Pernambuco, Cacau de Paula.
A exposição foi dividida em três núcleos temáticos — Religiosidade, Sertão e Cotidiano Nordestino — e oferece ao público não apenas uma imersão na estética e narrativa de J. Borges, mas também uma experiência interativa. Entre os destaques, estão obras icônicas como "A mulher que botou o diabo na garrafa", "Coração na mão" e "O monstro do sertão", além de uma linha do tempo com os principais marcos dos 88 anos de vida e 60 anos de carreira do artista, que faleceu no ano passado.
"Essa mostra é o reconhecimento de J. Borges no Brasil e no exterior. Ela é a primeira exposição após a sua morte, e reúne um conjunto pensado para valorizar sua obra e trajetória. O Governo de Pernambuco reconhece a importância cultural e artística do xilogravurista no cenário nacional e assume o papel de homenagear e preservar esse legado", destacou o curador da exposição, Romildo Gastão.
Ascom Foto Bruno Spada Câmara dos Deputados
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