Irmão de paciente com surto psiquiátrico denuncia recusa do SAMU. Sesau explica

Geraldo,

Aproveito a grande audiência do seu programa para expor uma situação angustiante que tem se arrastado há dias.

Tenho um irmão que no passado teve problema psiquiátrico transtorno de bipolaridade, mas com muita luta e sofrimento, conseguiu, ao longo do tempo, ser acompanhado e tomar suas medicações corretamente.

Mas, desde a semana passada, a situação se agravou de maneira alarmante.

João começou a ter surtos dentro de casa e a única opção que restou foi chamar o SAMU, na esperança de que finalmente tomassem alguma atitude, que tomassem uma providência.

O hospital de Juazeiro e a UPA de Petrolina têm salas para receber pessoas com esses sintomas, mas nem isso parece ser suficiente para garantir que João fosse conduzido a essas unidades.

O que aconteceu, no entanto, foi inacreditável. Das três vezes que o chamaram, em duas com o auxílio da Polícia Militar, o SAMU simplesmente se recusou a levar João, alegando que "não podiam se prejudicar.

Como é possível que em uma situação de urgência como essa, o SAMU, que deveria ser um serviço de apoio, se negue a prestar socorro?

E mais: como entender a postura de quem deveria garantir o bem-estar dos cidadãos, deixando um ser humano em sofrimento, à mercê de um sistema falho, mas nem isso parece ser suficiente para garantir que João receba o atendimento necessário.

Feliciano dos Santos

PS: A reportagem encaminhou a denúncia para assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde que respóndeu com a seguinte nota?

 

A Secretaria de Saúde de Juazeiro (Sesau) informa, em resposta a questionamentos sobre o atendimento a um paciente em situação de crise, que todos os acionamentos realizados via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram devidamente atendidos pelas equipes competentes.

Na ocasião, o paciente foi avaliado por profissionais, incluindo médicos, que constataram, no momento da visita, que ele apresentava sinais de estabilização e tranquilidade, sendo, portanto, adotada a conduta de mantê-lo em domicílio, conforme critérios clínicos e protocolos vigentes. A Sesau ressalta que essa é uma conduta possível, desde que o quadro do paciente permita e que haja segurança para tal.

Posteriormente, a família do paciente, discordando da conduta adotada pela equipe, optou por levá-lo, por meios próprios, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Petrolina (PE), onde ele permanece em observação. A Sesau conseguiu contato com o paciente ainda na UPA e também manteve diálogo com familiares, demonstrando total disponibilidade para acompanhar o caso.

A Sesau reforça que o SAMU atuou de forma diligente em todas as solicitações recebidas, e que a orientação às equipes foi revisada para que, em situações semelhantes, sejam sempre considerados o número de chamados, o controle dos sintomas e o diálogo com a família, visando o melhor desfecho possível para o paciente.

A Sesau permanece à disposição para prestar esclarecimentos.