O retorno do PDT à base governista na Bahia já é enxergado como uma questão de tempo.
O interesse é mútuo entre o presidente estadual do partido, deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), e o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Mas, além disso, essa negociação tem sido conduzida sobretudo a nível nacional, em Brasília, com participação direta da principal liderança trabalhista, o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT-RJ).
A expectativa é que Lupi venha à Bahia no próximo dia 2 de maio, para se encontrar com Jerônimo. A data ainda não foi confirmada, devido às agendas sempre móveis do ministro e do governador. Nesse encontro, o martelo deve ser batido oficialmente, concretizando a aliança entre PT e PDT no estado.
Conforme já revelado pelo Portal A TARDE, não há debate entre as partes sobre indicação do PDT para qualquer cargo no governo estadual. Todo o acordo foi construído tendo em vista as eleições de 2026.
Carlos Lupi foi avalista de todas as movimentações do PDT baiano nos últimos anos, inclusive a saída do partido da base do então governador Rui Costa (PT) e a ida para a oposição, liderada pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil).
Na época, os trabalhistas, a nível nacional, trabalhavam por um afastamento do PT, massacrado pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) e pela Operação Lava Jato. O partido também articulava para viabilizar a candidatura de Ciro Gomes (PDT) à presidência da República, vendo em ACM Neto um potencial apoiador regional.
Passados os anos, o PDT nacional voltou a se aproximar do PT, com Lupi assumindo um ministério no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em Brasília, o ministro da Previdência mantém uma relação próxima com Rui Costa, hoje ministro da Casa Civil. Essa proximidade facilitou as conversas entre as duas legendas sobre um novo acordo na Bahia.
O retorno do PDT à base do governo já era esperado desde abril de 2024, quando ACM Neto filiou ao União Brasil um dos principais quadros trabalhistas no estado: a então vereadora Débora Régis, hoje prefeita de Lauro de Freitas. A movimentação foi vista como uma traição por Félix, que decidiu não prosseguir no grupo oposicionista para a próxima eleição estadual.
Com a concordância de Lupi, Rui, Félix e Jerônimo, o retorno do PDT à base governista passa a depender agora de meras formalidades.
A Tarde Foto reprodução
1 comentário
22 de Apr / 2025 às 01h49
Srs leitores e população baiana. Enquanto não se fizer uma reforma política partidária de verdade, partido político no nosso país, com raríssima exceção, sempre será balcão de negócios. O PDT, se não me falha memória, na Bahia, só tem 2 deputados federal, um não irá aderir a adesão, afim, a vice prefeita. Aí é o Carlos Lupe, dono da agremiação, que não quer deixar o ministério de Lula, usa esse artifício pra continuar. Bom seria se debandada ocorresse pra outra legenda, deixasse Félix Mendonça, nas mãos de Zeronimo, pra reeleição dele,mas.... O povo é quem tem que aderir ao candidato.