Ação marca o começo do plantio da safra de 2025 para evitar os riscos enfrentados pelos produtores do Vale, que ficaram sob a ameaça de não exportar manga aos Estados Unidos
O primeiro bimestre do ano marca o início da safra, com o plantio das mangas. Um momento mais que adequado para planejar a colheita e exportação sem sobressaltos, como aconteceu em 2024, com a ameaça da mosca das frutas. Por isso, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) deu início, nesta segunda-feira (17), a uma série de ações para intensificar a campanha de combate à praga, como uma agenda de fiscalizações orientativas em propriedades agrícolas de empresas e produtores rurais de Petrolina e região.
Para realizar tais fiscalizações, a Inspetoria do Crea-PE, em Petrolina, ganhou reforço de fiscais de Araripina, Salgueiro, Serra Talhada e Caruaru. A mesma iniciativa foi realizada ano passado, em novembro, quando já estava na fase de processamento da manga para exportação. Na primeira série de visitas, mais de 80 locais receberam os fiscais do Crea-PE.
As vistorias foram feitas em propriedades agrícolas de empresas e produtores rurais em Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Belém do São Francisco. Destes locais, 60% não tinham responsáveis técnicos pela produção agrícola. Então, o Crea orienta a contratação do profissional, no primeiro momento. Caso não seja acatada a orientação, numa segunda visita, o Conselho aplica uma multa.
O responsável técnico é o profissional de Engenharia Agrícola ou Florestal que responde pelo auxílio ou consultoria técnica quanto à comercialização dos produtos, bem como assegura a biosseguridade, mais precisamente pela prevenção de disseminação de doenças, a exemplo da mosca das frutas.
A falta de um profissional interfere de forma negativa na propagação da mosca das frutas. Não à toa, que o número de infestação estava num patamar altíssimo. Para se ter ideia, nas armadilhas colocadas nas plantações para a captura da mosca fêmea, a média aceitável é em torno de 5 moscas presas no equipamento. No ano passado, nesta fase de infestação, foram contabilizadas cerca de 100.
WORKSHOP GRATUITO NO SEBRAE-PE
As fiscalizações orientativas seguem até a sexta-feira (21). E à noite, mais uma ação encerra este ciclo da campanha de combate à mosca das frutas. Será realizado um workshop, com o tema “Combate à mosca da fruta”. O encontro acontece, a partir das 18h, no auditório do Sebrae-PE, que fica na Avenida Presidente Tancredo Neves, 1079, Centro, Petrolina. A participação é gratuita para os profissionais do Crea-PE, mas precisa garantir a vaga via inscrição pelo Google Forms, no link: https://forms.gle/qd1nTJ6icvcsH5Jt6.
O tema foi escolhido por ter um impacto direto na produção do Vale do São Francisco, seu desenvolvimento econômico e sustentável, além do mercado de trabalho para os profissionais do sistema.
O encontro contará com a participação do presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, além do vice-presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), Nielsen Christiani. Entre os assuntos abordados, estão: Força Tarefa do Crea-PE no combate à mosca da fruta; Os impactos da mosca da fruta no Vale do São Francisco; Os impactos da mosca da fruta no Vale do São Francisco; Ações de combate à mosca da fruta; e Educação sanitária e Normativo 22.
Os assuntos serão trazidos por profissionais com expertise nas suas respectivas áreas da Embrapa, Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados) e Adagro (Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco). A praga é uma constante preocupação para os produtores locais e profissionais.
Por isso, é assunto prioritário na pauta do Crea-PE. Tamanha a gravidade do assunto, a Valexport (Associação dos Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco) montou um comitê de combate à praga, no qual o Crea faz parte, a exemplo de outras entidades, Embrapa, Adagro, Sebrae e o próprio Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Para se ter ideia do potencial do mercado para a região, hoje, o Vale do São Francisco conta com 130 mil hectares de área cultivada com frutas diversas, sendo 55 mil hectares somente de manga. Desta área, 9 mil hectares cultivam mangas destinadas ao mercado norte-americano, mas a infestação afeta indiretamente toda a produção.
Indicadores econômicos apontam que cerca de 90% da exportação de mangas do Brasil é concentrada no Vale do São Francisco. A região apresenta produtividade média superior a 30 toneladas por hectare. Em áreas mais adensadas, a produtividade supera as 50 toneladas por hectare, quando a média nacional é de 20 toneladas, conforme dados Ministério da Agricultura. O faturamento com a exportação, em 2023, ficou na casa dos US$ 315 milhões.
Ascom
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