As imagens de brasileiros algemados e amarrados pelos tornozelos com correntes me trouxeram lembranças de filmes estadunidenses que retratam negros sendo torturados e mortos após inúmeras surras dadas por brancos invasores de terras no Mississippi.
Você deve se recordar de cordas com corpos negros pendurados pelos pescoços, enquanto homens e mulheres seguram Bíblias em suas mãos.
Não muito distante, Ota Benga foi sequestrado na República Democrática do Congo e exibido em um zoológico do Bronx, em Nova York, no ano de 1904. Somente 114 anos depois os administradores emitiram um pedido de desculpas pelo que fizeram a aquele jovem negro.
Essa cultura de tortura, massacre de povos e invasão de terras está bem documentada e registrada pelo cinema, quase sempre se vangloriando dos assassinatos de índios e negros, retratados como os culpados por tentarem impedir "o progresso Americano".
Com a eleição de Donald Trump à presidência da república dos Estados Unidos, os brancos racistas, sejam eles bilionários como Elon Musk ou aqueles que manifestam seus desejos mais primitivos, estão mostrando seu verdadeiro rosto, perseguindo e caçando pessoas nas ruas, no trabalho e em igrejas, como animais, para entregá-las às autoridades policiais. Essa é a nova Ku Klux Klan, agora com a chancela de Donald Trump e seu exército particular de brancos racistas e nazistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser informado de que brasileiros estavam algemados e acorrentados, emitiu um comunicado afirmando que seu povo não pode ser tratado dessa forma por estrangeiros em solo brasileiro. Foi um verdadeiro gol de placa.
Não é hora de indagar em quem cada um dos humilhados que estão chegando votou na última eleição para presidente do Brasil; o momento é de acolhimento a cada pessoa. Somos todos brasileiros e, mesmo não vivenciando diretamente, sentimos a dor da humilhação por que estão passando.
Que, ao retornar, essas pessoas sejam acolhidas por seus familiares e amigos. Viva o Brasil Livre!
Por: Dimas Roque. Dimas Roque é Jornalista, Turismólogo, contista, cronista.
1 comentário
28 de Jan / 2025 às 09h30
Quem foi deportado é porque cometeu crime e pelos tratados internacionais esses criminosos devem ser deportados com todo o aparato de segurança, o que inclui o uso de algemas. Estamos muito mal acostumados no Brasil onde o STF determinou o uso de algemas em raras ocasiões. Nos EUA a lei protege a sociedade e não a bandidagem, como ocorre por cá.