A viúva do motorista do ônibus que despencou da Serra da Barriga, em União dos Palmares, informou que o marido dela relatou problemas no dia do acidente, no domingo (24). Luciano de Queiroz Araújo, de 47 anos, é uma das 18 vítimas que morreram. A Polícia Civil investiga o caso.
"Quando ele saiu de casa ontem ele disse ‘esse ônibus não vai subir [a Serra da Barriga]’, e eu disse ‘não vá, não’. Mas ele disse que tinha que ir para ganhar o pão de cada dia”, afirmou Maria das Graças Queiroz da Silva.
A declaração foi dada em entrevista ao jornalista Rogério Costa, da Gazetanews e cedida ao g1 AL . Ainda não há informações oficiais do que causou o acidente, mas Maria das Graças lembra que o marido relatou problema no freio.
"Ele disse que o ônibus estava com problema na borracha, que causava [defeito] no freio. Eu acho que foi o que aconteceu na Serra da Barriga porque quando ele falou isso, ele já sabia que aquele ônibus estava com algum problema", contou.
O delegado Guilherme Iusten, que investiga o caso, diz que o veículo passou por uma vistoria em outubro. A Polícia Civil vai ouvir nas próximas semanas testemunhas, sobreviventes e o proprietário do ônibus escolar, que era terceirizado e foi cedido pela prefeitura para levar os passageiros para o Projetor Por do Sol, no Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
"O que foi apurado até o momento é que o ônibus estava em condições de uso. Era um ônibus relativamente novo, foi feita uma inspeção veicular, que é obrigatória para ônibus escolares que ocorre de seis em seis meses, foi realizada no dia 13 de outubro. Os pneus estavam em condições boas. Enfim, o ônibus estava em condições, realmente, de uso", explicou o delegado.
A Prefeitura de União dos Palmares informou, por meio de nota, que o ônibus envolvido estava com todas as vistorias em dia, conforme documentação e que as informações já foram disponibilizadas pela Procuradoria da Prefeitura aos órgãos competentes.
As vítimas tinham idades entre 5 e 84 anos. Até esta segunda-feira (25), 16 mortos tinham sido identificados. O Instituto Médico Legal (IML) informou que aguarda a identificação de outras duas vítimas.
1 comentário
27 de Nov / 2024 às 00h09
Esse caso me faz recordar o que não aconteceu comigo, mas que poderia ter acontecido no de 1.991 quando trabalhava como encarregado. Estava em Jequié, para executar o serviço era ter que subir uma serra, chovendo, escorregadia, desistir, o perigo era real.