Cartórios de Juazeiro registram aumento no número de mortes no mês de janeiro, diz associação

O aumento de casos de covid-19, causados pela variante ômicron e seus diferentes reflexos no organismo humano, pode ser uma das explicações para óbitos registrados pelos Cartórios de Registro Civil de Juazeiro em janeiro de 2022 atingirem recordes pela segunda vez desde o início da série histórica em 2003, com um aumento de 280% nos falecimentos por pneumonia em comparação ao mesmo mês de 2021.

Em janeiro de 2022 foram registrados 169 óbitos na Juazeiro, um aumento de 40,83% em relação a 2021, que registrou 120 mortes no mês, e que já havia registrado crescimento de 1,69% nas mortes em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da pandemia no estado. Já as mortes por pneumonia passaram de 5 em janeiro de 2021 para 19 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram 4 mortes pela doença.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoa-s Naturais (Arpen/BR), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 Cartórios de Registro Civil do País – presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros -, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.

Outro dado observado pelos números de óbitos registrados pelos Cartórios baianos está relacionado ao crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: Causas Cardiovasculas Inespecíficas (85,7%), AVC (30%) e Infarto (33,3%). Também registraram crescimento as mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) (20%), Indeterminada (0%) e Septicemia (125%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram aumento de 12,5% no período.

“Os Cartórios de Registro Civil da Bahia trazem mais uma vez, de forma transparente, informações importantes para a população baiana. Devemos nos manter atentos, pois ainda temos um número elevado de óbitos. As variantes da COVID-19 são desconhecidas e devemos ter o máximo de cautela possível, pois percebemos que elas vêm agravando sintomas das demais doenças”, destacou o presidente da Arpen/BA, Daniel Sampaio.

Mortes violentas crescem

Enquanto o total de mortes em janeiro de 2022 em Juazeiro cresceu 40,8%, os falecimentos por Mortes Naturais – aquelas causadas por doenças – cresceram 56,4%. Já as Mortes por Causas Violentas – aquelas em razão de homicídios, acidentes de veículos, suicídio, entre outras – reduziram 42,1%. Na comparação de janeiro de 2020, antes do isolamento, com janeiro de 2021, houve queda de 50% nas Mortes Violentas.

O número de óbitos registrados nos meses de 2022 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.

Estado

Na Bahia, em janeiro de 2022 foram registrados 9.636 óbitos, um aumento de 10,29% em relação a 2021, que registrou 8.737 mortes no mês, e que já havia registrado crescimento de 11,6% nas mortes em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da pandemia no estado. Já as mortes por pneumonia passaram de 455 em janeiro de 2021 para 937 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram 530 mortes pela doença.

Também houve crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: Causas Cardiovasculas Inespecíficas (32%), AVC (13,4%) e Infarto (1,2%). Também registraram crescimento as mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) (156,4%), Indeterminada (44,4%) e Septicemia (24,8%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 58,58% no período.

*com informações da Arpen-BA, associação legítima representante da categoria no âmbito estadual e nacional

Da Redação RedeGN