Jovens forrozeiros juazeirenses mantêm cultura gonzagueana viva

Flávio Luiz, Guilherme Lima e André Felipe. A primeira lição que estes jovens receberam é que Luiz Gonzaga é o Rei do Baião. Estes meninos garantem o futuro da "indústria" do baião, xote e forró criada pelo Mestre da Sanfona, Luiz Gonzaga, que nesta segunda-feira, dia 13 dezembro completaria 109 anos de nascimento.

No chiado da sanfona, na batida da zabumba e no zunido do triângulo, esses adolescentes músicos seguem difundido os autênticos ritmos da música brasileira e usam suas vozes ecoam melodias e harmonias que tem a força de transformar a cultura.

Nestes jovens impressiona a paixão pela sanfona, zabumba e triângulo. Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro são as suas referências. A base musical veio através do cantor e compositor Flávio Baião, que através do Espaço Baião Nordeste presta relevante serviço à comunidade juazeirense: a arte de ensinar música.

Flávio cita que uma nova geração de músicos surge a cada dia o forró gonzagueano assim não morre.

Tocar sanfona exige dedicação, afinal o instrumento é complexo, uma sanfona profissional possui cerca de 41 teclas (tocadas com a mão direita, que fazem a melodia da música) e 120 baixos (os botões da esquerda, que ajudam no ritmo e na harmonia).

Este mês é dedicado aos festejos de nascimento de Luiz Gonzaga, 13 dezembro é Dia Nacional do Forró.

Recentemente o Jornal O Globo destacou a importância da sanfona. Segunda a reportagem Numa cena em que também se destacam Chico Chagas, Bebê Kramer e Toninho Ferraguti, o "sanfoneiro-educador" Marcelo Caldi acredita que ainda há barreiras a serem quebradas:

"Todo mundo tem que conhecer sanfona, a gente precisa passar pelas nossas raízes. A união do erudito com o popular é o que vai salvar a música brasileira".

Para Jeneci, o som da sanfona varia como o sotaque do sanfoneiro, mas com um sentimento em comum:

"É um instrumento com um sopro muito bonito, que ilustra uma certa melancolia. O timbre dele, no nosso imaginário coletivo, tem a ver com saudade. Os lamentos sertanejos, os aboios escancaram isso. Mas, no fundo, tem também deleite, uma satisfação de quem vive a vida todinha", finaliza Marcelo Jeneci.

O forró é um grupo de estilos musicais do qual fazem parte o baião, o xaxado, o chamego, o coco e o xote. Para celebrar a representatividade do ritmo para a cultura brasileira, comemora-se no dia 13 de dezembro o Dia Nacional do Forró. A data foi escolhida por uma razão mais do que justa: é aniversário de Luiz Gonzaga do Nascimento.

Da Redação RedeGN / por Ney Vital / foto: reprodução