Moradores de Juazeiro buscam alternativas para combater o ataque de muriçocas

Os finais da tarde já não são mais os mesmos como os registrados nos três primeiros meses deste ano em Juazeiro, Bahia. No ínicio deste ano a Prefeitura manteve uma ação de combate aos insetos que ganhou apoio da população e diminuiu a proliferação das muriçocas.

Agora o assunto voltou a ser motivo de discussões e entre os temas as alternativas para "espantar as muriçocas". A criatividade é a busca de amenizar a situação.

Dentro das casas vale quase tudo para espantar os insetos. São toalhas servindo de abanador, a famosa raquete e um novo componente: a sabedoria popular apelidou de o "Pau da Muriçoca". Trata-se de um inseticida.  A empresária Cícera Menezes diz que "este período aumentou muito a procura pelo produto".

"É para Matar as muriçosas, que está demais aqui. Chega essa época de verão e ninguém dorme. Ninguém consegue assistir televisão porque as muriçocas não deixam. Voltou a ser um terror dentro de casa", reclama o marceneiro Jadir Santos.

Os moradores que vivem em local próximo aos canais reclamam da invasão de muriçocas. Comerciantes afirmam que por conta do problema estão tendo que fechar as portas mais cedo.

"A clientela tem reclamado muito. Não tem condições de você tomar um guaraná, uma cervejinha. Não tem condições", lamenta a comerciante Maria das Graças.

Uma dona de casa que tem dois filhos, sendo que um deles é bebê afirma que já usou tudo que tinha à disposição para resolver o problema, mas não funcionou. "Eu uso inseticida. Tem vezes que eu uso repelente e mesmo assim não dá jeito", diz.

ORIENTAÇÕES: A médica dermatologista Vitória Rego conta que colocando repelentes realmente afasta um pouco, mas não elimina o problema".

 "O maior problema das picadas de inseto, principalmente a muriçoca, é o ato de coçar. Esse é o primeiro ato porque tendo ou não alergia coça muito. Quem tem alergia, a reação é muito mais inflamatória. Fica caroço, fica avermelhado e coça mais. Isso leva, principalmente nas crianças que às vezes são as mais afetadas, à infecção de pele. E essas infecções de pele podem ser locais apenas, e isso precisa de uma medicação local, até infecções mais graves, como alterações renais e outros tipos de infecção. Fora isso manchas residuais que são um grande incômodo. Mas o maior problema é reação imediata com coceira intensa e, consequentemente, com infecção de pele, que é o mais temido das infecções, que podem levar a alterações cardíacas e renais", explica.

A médica conta que, diferentemente do mosquito da dengue, as muriçocas se reproduzem em águas sujas. Canais que não foram limpos podem contribuir para o aparecimento dos insetos.

"Com início da primavera-verão é quando as muriçocas mais aparecem, elas se reproduzem, e quando começa o calor elas saem. Então, realmente, a água parada, os canais que não foram limpos, não necessairamente a baronesa, podem favorecer o aparecimento mesmo".

Como orientação para as pessoas que forem picadas, a médica sugere, dentre outras coisas, que elas usem água gelada ou gelo no local.

"Pouco, para que não haja uma queimadura com gelo, porque às vezes isso pode ser pior que a picada de inseto. Repelente é super importante. Lembrar sempre que a muriçoca pica no final da tarde e início da noite. Normalmente ela não morde durante o dia. Então por isso a preocupação de usar repelente, usar calça comprida, fechar janelas, colocar telas, procurar sempre um especialista para orientação".

Redação redeGN Fotos Ney Vital