Osvaldo Benevides, Clésio Athanazio e Carlos Augusto: as vozes do Rádio

Hoje, dia 25 de setembro, data do nascimento de Roquete Pinto, o "Pai do Rádio Brasileiro" e por isto comemora-se o Dia do Rádio. O Brasil é um país sem memória e infelizmente por isto não se valoriza a história, a cultura. 

Ano passado durante um encontro de história da mídia, os pesquisadores especialistas no assunto “avalizaram uma decisão de dados apresentados há mais de três décadas pelo pesquisador Luiz Maranhão Filho (UFPE) e validados, mais recentemente, pelo pesquisador Pedro Serico Vaz (Anhembi Morumbi).”

O novo entendimento sobre o nascimento do rádio no Brasil muda o conteúdo das aulas dos cursos de jornalismo, audiovisual e publicidade nas faculdades de comunicação. Até recentemente, a bibliografia especializada reconhecia que a transmissão radiofônica pregressa havia ocorrido de fato na Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, mas que a primeira emissora regular seria a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

De acordo com Vaz Filho, a data de nascimento oficial do rádio no Brasil é 6 de abril de 1919, Rádio Clube Pernambuco.

Destacamos para festejar o Dia do Rádio três histórias para personagens que merecem a devida gratidão pelos serviços prestados em Juazeiro/Petrolina e onde suas vozes ecoaram. Estamos falando de Osvaldo Benevides, Clésio Athanazio e Carlos Augusto. Três saudosos homens do Rádio.Vozes que marcaram época do Rádio no Vale do São Francisco.

Carlos Maurício Dias Cordeiro (Mauriçola) relata:

"Entre 1973/74 Osvaldo Benevides tinha um "estúdio"( a mesa de corte do "acetato" pesava tonelada) de gravação no Petrolina Clube e me levou para gravar o primeiro "jingle" da minha vida. Acredito que foi o primeiro que criei. Ele já tinha comprado a "caceteira" Rádio Juazeiro e iria transformá-la em uma das primeiras "AM´stéreo" do Brasil.O "jingle" virou um sucesso regional na minha voz de adolescente: Dia e noite ao seu lado-Te mantenho informado- Do acontecido daqui, dali, do mundo.. eternamente musical- Eu sou RJ legal! Comunicação total. Tocava toda hora na Rádio Juazeiro. 

Aí chegou Clésio Rômulo Athanásio e uma outra mudança nas "vinhetas" "spots" e "jingles" e na programação(Toda rádio onde Clésio trabalhou, tinha "jingle" meu). Foi um encanto para um "guri" ousado de Juazeiro trabalhar com duas feras da comunicação. No "estúdio" do Petrolina Clube tinha um microfone enorme que me deixava impressionado: Era nada mais nada menos que um "neumann"( o melhor do mundo até hoje). 

Um dia Osvaldo chegou e disse: Faça um "jingle" para a loja tal na rua d` apolo, o cara tá pensando que é feito em Salvador ou Rio de janeiro. Fui para casa, fiz e já no outro dia gravamos e Osvaldo levou o cara para ouvir e colocou "o acetato" com seu " chiado" saudoso!  O cara adorou, só não quis pagar o preço real porque não tinha sido feito em Salvodor ou Rio como ele imaginava, não levou. E ele notando minha decepção com aquele infeliz comerciante, mandou: "Valorize seu trabalho, não perdemos nada, ele é que perdeu  por ser burro"Acho que até hoje não apredi aqui em Juazeiro".

Marcelo Damasceno, radialista revela em suas redes sociais:

Carlos Augusto assim como Osvaldo Benevides traduzem o êxodo que começou em postes dando suporte de voz e som quando o radio era uma placenta nas dores de parto.

Osvaldo pensou e instalou a  engenhoca pré-radiofônica. Carlos Augusto botou a voz radio. Osvaldo desenvolveu tecnologia e avançou as etapas de AM e FM. Osvaldo fez o melhor rádio num raio de 1 mil quilômetros em circunferência. Bateu as praças capitais. Destacou o São Francisco todo. 

O rádio em Petrolina e Juazeiro não deve nada aos centros urbanos do Nordeste e Sudeste. Isso é fato.

O dia 25 de setembro é o dia do rádio. O rádio foi patenteado pelo cientista e inventor italiano Guglielmo (Guilherme) Marconi, no início do século 20. A primeira transmissão radiofônica no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922, por ocasião do centenário da independência. Uma estação de rádio foi instalada no Corcovado e, além de música, emitiu o discurso do presidente da República, Epitácio Pessoa.

Redação redeGN