Baianas do acarajé esperam ansiosas pelo reaparecimento do dendê e da palma do Pará, usadas na iguaria

Medida adotada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que reduz temporariamente a mistura de biodiesel no diesel, deverá beneficiar, por tabela, uma das iguarias mais celebradas em Juazeiro, na Bahia e no Brasil, o acarajé.

Tombado como patrimônio cultural de natureza imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o ofício das baianas de acarajé está passando por sérias dificuldades em função da escassez na produção de azeite de dendê, um dos principais ingredientes do petisco.

A decisão da ANP deve impactar na baixa do preço do azeite, que era comercializado por cerca de R$ 65, vasilhame de 16 litros, e passou a ser vendido entre R$ 125 e R$ 130 desde o mês de abril.

O aumento do uso da palma do Pará na produção do biodiesel, o produto, que substitui o azeite amarelo-avermelhado na produção do acarajé sumiu do mercado interno, os preços dispararam e a produção da iguaria vem ficando praticamente inviável, já que não conseguem repassar os aumentos para o produto, sob o risco de diminuir muito as vendas.

Ao anunciar a redução da mistura do biodiesel no diesel a ANP espera conter a exportação da palma do Pará para manter o equilíbrio no fornecimento do produto no mercado interno.

A nossa situação está desesperadora. Agora que as baianas estão retornando, não conseguem comprar o azeite. E, quando conseguem, não podem repassar essa alta [do preço da matéria-prima] para os clientes“, disse Rita Santos, presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Beiju, Mingau e Similares (Abam) à CNN Brasil.

Da redação redeGN/ Foto divulgação Gov da Bahia