Univasf: Em meio à crise e sob comando pro tempore, Coronel é nomeado gerente administrativo do Hospital Universitário

Em meio à crise pelo novo coronavírus e sob comando interino de um reitor pró tempore (temporário), o Coronel Heitor Bezerra Leite foi nomeado Gerente administrativo do Hospital Universitário (Univasf). 

A nomeação foi publicada no Diário Oficial do dia 18 de maio e assinada pelo presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, general  da reseva do Exército Oswaldo Ferreira.

Vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, a Ebserh administra cerca 40 hospitais universitários. Oswaldo Ferreira comandou, ao lado de Augusto Heleno, atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o bunker dos generais que montou o plano de campanha de Jair Bolsonaro. Chegou a ser convidado a ser ministro da Infraestrutura, mas não aceitou e teria indicado Tarcísio Freitas.

Heitor Leite (Coronel Leite) é ex-secretário de educação de Petrolina, ex-comandante do 72º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército, foi candidato a deputado estadual, pelo PP, mas deixou a legenda em novembro do ano passado, para ingressar no Aliança pelo Brasil, que luta contra o tempo para ser registrado.

Pelas redes sociais a nomeação recebeu críticas. "Univasf: Democracia e Resistência. Um espaço a serviço da luta por uma Univasf democrática e que resiste ao golpe e ao saque que atualmente está submetida. Militarização e ideologização das instituições. É curioso como nossa instituição tem analogias com o governo federal... o gestor e seu militar.... apesar do discurso dizer uma coisa.. a Univasf é intensamente ideologizada e se distancia das competências técnicas".

Um outro quadro, mostrado pelo Correio Braziliense esta semana, é que existe um "processo até mesmo atingindo cargos estratégicos em áreas especializadas de assistência em saúde. Ao longo do último mês, ao menos 21 militares foram nomeados, de acordo com levantamento feito pela reportagem em publicações do Diário Oficial da União."

A maioria é ligada ao Exército e veio de unidades ligadas a setores de pagamento e pessoal, finanças e logística. Sem experiência prévia na área da saúde, parte expressiva foi colocada em cargos de direção e coordenação na Secretaria-Executiva.

Recentemente, porém, houve nomeações também para cargos de direção em duas pastas estratégicas, caso das Secretarias de Atenção Primária e de Atenção Especializada, que respondem por ações voltadas a unidades básicas de saúde e hospitais.

Redação redeGN Foto: Reprodução Facebook