Vereadores e deputados chamam à atenção para o elevado número de profissionais de saúde infectados pelo Covid-19

Dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) mostram que o número de profissionais de saúde infectados pela Covid-19 (novo coronavírus) passou para mais de 600, nesta semana. Com base nestas informações, houve um crescimento de quase 400% de trabalhadores da saúde com a doença.

A vereadora, Ouvidora Geral da Câmara Municipal de Salvador (CMS) e membro da Comissão de Saúde, Aladilce Souza (PCdoB), chamou a atenção para estes números e discutir o assunto.

“Ter mais de 600 profissionais de saúde com a doença significa que mais de 10% dos profissionais de saúde estão doentes. É um número alto. Vamos chegar ao ponto da Itália, que teve 40% dos profissionais de saúde infectados?”, questiona Aladilce.

Na atualização de dados d ontem quinta-feira (14), a Secretaria da Saúde informa que mais uma pessoa foi diagnosticada com a COVID 19 em Juazeiro. Agora, o município registra 41 casos positivos para a doença.

A paciente é do sexo feminino, tem 36 anos e é profissional de saúde, a mesma teve resultado por meio do teste rápido. Do total de casos confirmados, 26 são mulheres e 15 são homens. Deste quantitativo, 21 são profissionais de saúde.

No mês passado o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) apresentou projeto de lei que torna obrigatório o pagamento de compensação aos profissionais que atuarem no enfrentamento da emergência de saúde pública provocada pelo coronavírus. O PL 1906/2020 determina que a União indenize os profissionais venham a sofrer sequelas ou falecer em decorrência da COVID-19.

“Temos visto, diante da pandemia, alto índice de contágio entre os profissionais de saúde, que chega a até 30% em alguns locais. É uma guerra contra um inimigo invisível, com alto poder de letalidade, e nossa arma são os profissionais de Saúde”, afirma o deputado. “Se não soubermos valorizar esses guerreiros, haverá um desestímulo à sua atuação dos profissionais. Muitos são arrimos de família, com salários modestos. Se algo acontecer com eles, o que será de suas famílias?”, questiona.

“Nossa prioridade é preservar a Saúde do profissional, mas não podemos ignorar que existem riscos, agravados pela escassez de EPIs. É importante, neste momento, somar iniciativa de proteção para os trabalhadores da Saúde e suas famílias”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri. Fiscalizações realizadas pelos Conselhos de Enfermagem em 3.213 instituições constatou ausência, insuficiência ou inadequação de equipamentos de proteção individuais (EPIs) em 90% das unidades.

O secretário-substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Macário, participou ontem (14) de entrevista no Palácio do Planalto sobre covid-19 no Brasil. Ele apresentou dados captados pelo SUS Notifica, sistema criado no início da pandemia para reunir os dados sobre o novo coronavírus no país. 

Segundo o secretário, até o momento foram identificados 199.768 profissionais de saúde com suspeita de covid-19. Destes, 31.790 foram confirmados e 114.301 estão em investigação. Outros 53.677 descartados. Do total dos casos suspeitos, as modalidades mais atingidas são técnicos ou auxiliares de enfermagem (34,2%), enfermeiro (16,9%), médico (13,3%), recepcionista (4,3%).

Redação redeGN