Bairrismo em meio a pandemia

Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, em plena pandemia do novo coronavírus, o que se espera das pessoas é solidariedade, compaixão e empatia. E graças a boa parte da nossa população, vimos aqui no Vale do São Francisco, inclusive, foi tema de matéria aqui na RedeGN, quando diversas ong´s e empresas contribuíram para amenizar a dor do próximo, através de doações de alimentos, máscaras, álcool em gel, entre outras coisas.

Mas, voltando no tempo, no dia 23 de março de 2020 foi anunciado pela prefeitura de Juazeiro: “Confirmado primeiro caso de Covid-19 na cidade”. Era, até então, o primeiro caso entre as duas cidades, Petrolina e Juazeiro, abraçadas e unidas pelo Rio São Francisco e Ponte Presidente Dutra. Porém, bastou a divulgação do caso, que um dos problemas crônicos da nossa região, o bairrismo tomou conta: “Fecha a ponte, não deixa ninguém passar”, entre outros comentários em redes sociais.  Porém, poucas horas depois, a cidade do outro lado do rio, Petrolina, confirmou o seu primeiro caso. E agora? Empatou! Não vamos entrar nesse jogo. Só quem perde  somos nós, enquanto sociedade.

“Juazeiro tem menos casos que Petrolina. Tem algo de errado, por que a cidade vizinha tem mais. Como isso pode?” Em suma, essa é uma indagação constante em nossas redes sociais. Por que sempre tem que ter algo errado, quando algo está dando certo? Até que se prove o contrário, vamos parabenizar os poucos casos em Juazeiro e se Petrolina tem mais casos, vamos ajudar a combater com positividade e solidariedade.

O bairrismo entre as duas cidades sempre existiu, há quem diga que nossa população mais idosa, convivia muito com esse sentimento. Acredite, tinha pessoas que sequer atravessavam a ponte para visitar a outra cidade. Neste momento de pandemia, o que mais queremos é que sejamos unidos, que uma cidade apoie a outra no enfrentamento deste vírus tão cruel.

Se Petrolina precisar, Juazeiro está pronta para ajudar e vice-versa, como dois bons vizinhos.

Bruno Lopes