HDM/IMIP de Petrolina alerta sobre os riscos do consumo de álcool e outras drogas na gestação e amamentação

Neste Dia Nacional de Enfrentamento às Drogas e ao Alcoolismo (20.02), o Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina ressalta os riscos do consumo de álcool e outras drogas durante a gestação e a amamentação. De acordo com o médico especialista em medicina fetal do HDM, Marcelo Marques, a ingestão de álcool na gravidez, mesmo que em pequena quantidade, eleva o risco de parto prematuro, sendo esta a maior causa de mortalidade infantil no Brasil. "Como consequência o bebê também pode nascer com baixo peso", afirma o médico. 

Ao contrário do que muitos dizem não existe um consenso sobre a quantidade segura que pode ser ingerida. "O ideal mesmo é que as mulheres se tornem abstêmias nesse período, ou até mesmo um pouco antes de tentar engravidar", aconselha o profissional. A ingestão de álcool em grande quantidade pode, inclusive, resultar na síndrome do alcoolismo fetal (SAF) que é um conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo feto em decorrência desse comportamento da mãe. 

"Além da prematuridade e baixo peso também podemos citar déficit de crescimento, alterações em características faciais e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor como sintomas da SAF", complementa. 

A recomendação da abstinência alcoólica continua igual na amamentação, pois tudo que a mãe consome chega ao bebê. O álcool também inibe o hormônio prolactina, que é responsável pela produção do leite materno. "Ele pode alterar o cheiro e o sabor, ocasionando a recusa da criança", adverte a coordenadora médica do Banco de Leite Humano do Dom Malan (Biama), Flávia Guimarães.

O álcool é um depressor do sistema nervoso central e pode causar efeitos no recém-nascido como: alteração no padrão de sono, redução da ingestão de leite, hipoglicemia e até prejuízos no desenvolvimento motor do bebê. Na dúvida, consulte sempre um médico. 

O cigarro, por exemplo, causa a redução do fluxo sanguíneo uterino e está associado, entre outros problemas, também ao baixo peso, abortamento, parto prematuro, deslocamento de placenta e anomalias congênitas. 

A maconha, por sua vez, aumenta o risco de defeito cardíaco no feto, especificamente, defeito do septo interventricular. Ela também afeta o neurodesenvolvimento na infância e na adolescência, diminuindo a habilidade de resolver problemas. As crianças expostas intraútero à maconha frequentemente apresentam aumento da hiperatividade, impulsividade e delinquência.

Já o consumo de drogas mais perigosas como cocaína e crack podem ocasionar problemas bem piores para a mãe e o feto, umas vez que essas gestantes, em sua maioria não realiza acompanhamento gestacional.

Anna Monteiro-Hospital Dom Malan