O massacre de Pau-de-colher, ocorrido entre 1937 e início de 1938, no Povoado de Pau-de-colher, município de Casa Nova -BA, divisa com Piauí e Pernambuco, é tema de vídeo documentário, produzido pela Prefeitura de Casa Nova em parceria com a SECULT (Secretaria de Cultura da Bahia), Fundação Pedro Calmom, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto Mauá e Associação de Documentários da Bahia (ADB). As primeiras imagens do vídeo documentário: Massacre de Pau-de-colher “Relatos de uma sobrevivente” começarão a ser gravadas na próxima segunda-feira (13), em Casa Nova. Com o objetivo de divulgar a história, ainda desconhecida pela maioria das pessoas, o vídeo tem a proposta de contar a história do massacre Pau-de-colher a partir da vida uma sobrevivente, Maria da Conceição Andreza, e de suas lembranças, além das experiências de outros sobreviventes.
De acordo com o coordenador municipal de cultura e turismo, Luciano Correia, a produção desse vídeo funciona como uma reescrita da história do Brasil, dando visibilidade aos personagens excluídos. “Através dessa produção, podemos identificar as pessoas que contam e constroem a nossa história, para que ela não se perca, destaca o coordenador, informando que a Paróquia de Casa Nova organiza romaria, na próxima segunda-feira (13), para lembrar o movimento de Pau-de-Colher.
O massacre: Uma subversão que resultou na destruição do movimento popular pela terra
O conflito, ocorrido na comunidade Pau- de - Colher, Casa Nova, entre 1937 e 1938, envolvendo sertanejos remanescentes de Caldeirão - Ceará, e também do Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia, foi palco de luta e resistência de um povo trabalhador, cansado de exploração, miséria e injustiça dos grandes latifundiários. Foram para lá com a certeza e a consciência de dias melhores, sem saber que a classe dominante iria agir sem piedade, usando todas as forças, tentando apagar para sempre o que seria uma sociedade justa. Com o argumento de que eram "fanáticos" e representavam perigo para a ordem pública, acusados de simpatizantes do comunismo, foram chacinados, com ataques das forças do exército e da polícia, cujos meios utilizados para se defenderem eram os cacetes e uma dúzia de espingardas. Centenas de pessoas foram mortas neste episódio, suas filhas foram entregues a prostituição e muitas crianças foram dadas às famílias da região a título de adoção, outras foram levadas para Salvador e confinadas na Escola Profissional para Menores.
Lidiane Cavalcante - ASCOM/PMCN Imagem Jornal A Tarde
7 comentários
11 de Dec / 2010 às 12h02
Esta de parabens a secretaria de cultuara e turismo de Casa Nova, em divulgar este comentario, onde vai divulgar este grande fato Historico que aconteceu em Casa Nova. Infelissmente as gestões passadas nem os livros de historia divulgaram este episodio que aconteceu neste municipio da Bahia que foi a guerra do Pau-de-Colher.
11 de Dec / 2010 às 14h38
A história do Brasil, infelizmente, demonstra a atuação de massacre do povo pobre brasileiro, pelas forças do governo, especialmente a atuação do exército brasileiro, é triste em nossa História nacional o exército ter tanto papel de massacres. Dentre os piores, está a guerra de canudos. Não se admitia o dialógo, todos eram torturados e mortos. Infelizmente não temos muito que nos orgulhar de todas essas atuações em prol de uma elite que ainda se esforça em perdurar.
13 de Dec / 2010 às 10h11
Está de parabens o prefeito Orlando juntamente com a sec. de cultura por estar apoiando a este fato,infelismente os antepassados nao deram continuidade a este caso pois muitos,principalmente os jovens nao sabem desta historia ..Parabens prefeito por ter apoiado a este fato que deveria estar divulgada nos livros de Historia e até mesmo estar sendo relembrada por todos os gestores.parabens mesmo!!
25 de Nov / 2012 às 15h51
Realmente é parte de nossa história, que por muito tempo ficou esquecida. Mas felismente agora está sendo contada. Só que muito tempo se passou, perdemos boa parte dos sobreviventes que vivenciaram de perto o episódio. Com certeza muitas informações já se perderam e provavelmente muitas informações seja contrárias ás contadas por sobreviventes que na época já eram adultos. Mas mesmo assim parabéns aos mentores da ideia.
10 de May / 2016 às 00h30
Minha mãe foi uma sobrevivente desse massacre, o nome dela é Maria Ribeiro de Amorim, seus pais são: Arquias Amorim, e Felizbela Ribeiro. Por conta desse massacre, minha mãe se separou de sete irmãos, e nunca mais os encontrou.
17 de May / 2021 às 18h30
O discurso anti-comunista contínua sendo desculpa para atrocidades e oportunismo até hoje, e ainda há quem se deixe enganar com essa conversa.
10 de Jan / 2022 às 15h04
Ana Amorim, acredito que somos parentes. Meus bisas são Arquias Ribeiro de Amorim e Felisbela Maria Ribeiro. Me chama no Facebook Fabrício Amorim da Silva