Hospital Dom Malan e Central de Transplantes oferecem treinamento sobre novos critérios de diagnóstico da morte encefálica

A Central de Transplantes de Pernambuco Regional Petrolina, em parceria com a Organização de Procura de Órgãos do Hospital Dom Malan, realizou na última segunda e quarta-feira (26 e 28), um treinamento sobre os novos critérios de diagnóstico da morte encefálica. O evento, realizado em Recife, foi retransmitido via vídeo conferência pela OPO Dom Malan, e contou com a participação de alguns profissionais de saúde de serviços hospitalares da cidade, públicos e privados, como o próprio Hospital Dom Malan, Hospital Universitário (HU Univasf) e Hospital Memorial de Petrolina.

Neste primeiro momento, a iniciativa teve como objetivo promover a atualização para as equipes de enfermagem e fisioterapia que lidam com esse perfil de paciente. "Com a nova Resolução Nº 2.173/2017 do Conselho Federal de Medicina, que atualizou os critérios para a definição de morte encefálica, surgiu-se a necessidade de promover esse momento para as equipes de saúde. Começamos pelos enfermeiros e fisioterapeutas, mas, em breve, também teremos uma capacitação para os médicos da região", informa a enfermeira coordenadora da OPO Petrolina, Évora Leal.

O CFM deu 180 dias, a partir da data de publicação, para que a resolução seja efetivada em todos os serviços de saúde do Brasil. Basicamente, a Resolução Nº 2.173/2017 estabelece que a morte encefálica possa ser diagnosticada por mais especialistas e médicos devidamente capacitados, além do neurologista. "Esse outro médico deve ser intensivista, emergencista, ou médico capacitado, que comprove um ano de experiência com pacientes em coma e 10 ou mais protocolos abertos e/ou vivenciados", acrescenta Évora.

Outros critérios também foram modificados: "O tempo entre os exames clínicos para confirmação da morte também diminuiu para uma hora, tendo apenas um teste de apneia. Antes era exigido um intervalo de 6 horas e dois testes de apneia", ressalta a enfermeira.

Também foram repassadas aos profissionais presentes informações sobre a manutenção do potencial doador, visto que a equipe multidisciplinar de saúde deve ter uma boa compreensão sobre os eventos fisiopatológicos que surgem após uma lesão cerebral grave e os cuidados necessários. Os distúrbios endócrinos, pulmonares e cardiovasculares podem comprometer a perfusão e boa oxigenação de órgãos como, por exemplo, coração, fígado, pâncreas e rins, impedindo a doação.

"Por isso, as equipes de saúde devem estar muito bem preparadas. É preciso a comprovação clínica e documental da ausência de atividade cerebral e a correta manutenção dos órgãos para que se possa salvar vidas através desse grande gesto de amor, que é a doação. Aqui na nossa região não temos tido muitas dificuldades, do ponto de vista profissional, pois temos todo o suporte das equipes assistenciais. Esperamos continuar colaborando para que Pernambuco seja destaque no cenário nacional, batendo recordes na doação de órgãos e tecidos", finaliza a coordenadora da OPO Petrolina.

Anna Monteiro -Ascom-Hospital Dom Malan/IMIP -